Muito provavelmente, as primeiras falas de liberdade, à qual nos demos conta, foram ouvidas numa missa católica, ainda na década de cinquenta.
Não sei a data, precisamente, mas o padre João, um homem que vestia um vestido - "batina" preta - e falava uma língua estranha; o "latim" quando falou de liberdade, falou num bom e bem compreensível português. Quanto a fala, dois anos depois, descobri que nada tinha a ver com liberdade, mas, com os sonhos de minha mãe, em ter um filho padre.
As falas do padre, não semeavam liberdade, mas sim, uma predestinação.
Para que possamos compreender o que é liberdade, deve haver uma oferta de caminhos, mas, quando um destes caminhos ofertados, tem um peso muito maior que os demais.
Porém, o número de vezes que ouvimos falar das liberdades de uma criança, as ouvimos falar, sob a ótica da inexistência de responsabilidades, que na prática, expõe todas as necessidades de assessorias. Muletas, ainda que dêem a capacidade de andar, para quem passa, ou tem alguma impossibilidade, não necessariamente, a liberdade de fazer, mas, uma adaptação necessária.
Sem estas compreensões, jamais seremos realmente livres.
Para que os seres humanos sejam livres, o ensino da liberdade começa, ou deveria começar, pelas ofertas de possibilidades, onde as facilitações, sejam, por decorrência, das condições objetivas, por preferências dos pastores.
Minhas fábricas de liberdade começaram a ser construídas, aos quinze anos, quando, já com uma interpretação mínima de texto, li o (CAPITAL, "CARL MARX"). Já que só conhecendo as invisíveis barras da prisão que nos cerceiam a mente, teremos a liberdade da intenção de enfrentá-las.
Já que nossa conversa hoje começou pela ótica religiosa, ouvir um pastor religioso, defender a não denuncia de abusos sexuais, praticadas por pastores, por estes serem "doentes" equipara aos "garotos do capetão, na época, despresidente" que insiste em punições drásticas para filhos de pobres que comentem, por imposição das circunstâncias crimes, já os privilegiados pelo sistema, são simples garotos com problemas mentais.
Nossa crítica de hoje é fundamentalmente um apelo, para que padres e pastores, quando preferirem suas homilias, lembrem-se de explicar duas coisas aos fiéis, as duas com as mesmas importâncias, Cristo viveu a dois mil anos, suas falas, eram radicalmente contrárias às estruturas do poder, a outra, é que o poder, via império Romano, sequestrou os ensinamentos cristãos. Assim a religião cristã, só será libertadora, se tais ensinamentos forem transportados no tempo, com a mesma ênfase, enfrentar o poder das estruturas, nas no séc XXI.
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