Isso não representa uma mudança na política de Washington sobre o uso de armas fornecidas pelos EUA por Kiev, disseram fontes anônimas ao meio de comunicação em um artigo publicado na quinta-feira.
No final de Maio, os meios de comunicação social informaram que a administração do Presidente Joe Biden tinha discretamente dado luz verde aos ataques ucranianos utilizando armas americanas dentro do território russo para “fins de contra-fogo na região de Kharkov”. A proibição de ataques de longo alcance no interior da Rússia permaneceu inalterada, segundo os relatórios.
Numa entrevista à ABC News no início deste mês, Biden esclareceu que a Ucrânia poderia usar armas fabricadas nos EUA “apenas nas proximidades da fronteira [com a Rússia] quando [armas russas] estiverem a ser usadas do outro lado da fronteira para atacar alvos específicos” na Ucrânia. Washington “não está autorizando ataques a 320 quilômetros da Rússia e não estamos autorizando ataques a Moscou, ao Kremlin”, esclareceu.
Autoridades que conversaram com o Politico confirmaram a declaração feita pelo Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no início desta semana, na qual ele disse que a capacidade de Kiev de disparar armas fornecidas pelos EUA não se limitava somente à região de Kharkov.
“Isso se estende a qualquer lugar onde as forças russas cruzem a fronteira do lado russo para o lado ucraniano para tentar tomar território ucraniano adicional”, disse Sullivan em entrevista à PBS na terça-feira.
As forças russas estão agora avançando na região de Kharkov, mas se atravessarem a fronteira em alguma outra área, “isso também se aplicaria lá, incluindo a Bielo-Rússia”, explicou Sullivan. “Não se trata de geografia. É uma questão de bom senso. Se a Rússia está atacando ou está prestes a atacar a Ucrânia a partir do seu território, só faz sentido permitir que a Ucrânia revide contra as forças que a atacam do outro lado de qualquer fronteira.”A Rússia alertou repetidamente contra o uso de armas fornecidas a Kiev pelos EUA e seus aliados para atacar profundamente dentro do seu território, argumentando que tais ataques equivaleriam à participação direta do Ocidente no conflito, uma vez que os militares ucranianos são incapazes de disparar armas estrangeiras com sistemas de longo alcance sem assistência dos estados da OTAN.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na quinta-feira que Moscou não descartaria o fornecimento de armas a outros países com as mesmas restrições criadas pelos EUA, incluindo a Coreia do Norte, em resposta ao fornecimento de sistemas de longo alcance pelo Ocidente à Ucrânia.
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