quarta-feira, 12 de junho de 2024

DO OTAVINHO PARA NISINHA, DA NISINHA PARA O OTAVINHO


És grande, não tão grande como meu amor,

Me pergunto, como pode haver tanto amor

Em meu peito, por um único ser?


Certamente responderia o quê de grande em mim,

Mas, sei, a única coisa grande que tenho,

É este teu amor,

Não falo apenas do amor que sinto em ti,

Mas, do amor que sinto por ti.


Amo, amar ti,

Te amar sob a Lua,

Amo, amar a ti,

Sobre as areias da praia,

Isto é, enquanto a praia for permitida.


Talvez até concorde,

Mesmo amando te amar,

Amo, também te amar na areia,

Sob a luz da Lua,

Mas, na areia da praia,

Desde que esta praia,

Nunca seja nossa,

Para nunca ser de ninguém.


Sim e assim, meu amor,

Te amar na praia, à noite,

Quando for nossa,

E, exatamente por ser nossa,

Seja, também por ser dos amantes,

Aqueles amantes, que amam,

Sob a luz da Lua,

Amando também a Lua,

Justamente, por esta luz da Lua,

Ser de todos, e a luz da Lua,

Só é de todos, por não ser de ninguém.


Assim como a luz da Lua,

Ou o imposto da blusinha,

Quem reclama a posse,

Reclama de ter emprego,

Já que sem imposto,

Não há, nem haverá emprego,

Sem emprego, sem pão,

Sem emprego, não mais ganharei blusinhas.


Te darei blusinhas, nem que tenha de catar latinhas.


Te ver catar latinhas,

Saberei que amas o meio,

Mas, peço que saibas,

Ao contrário de você,

Muitos, só tem as latinhas,

Prefiro viver sem blusinha,

Que saber que quem só vive,

Catando latinhas, fique sem o pão.


Você, sem a blusinha,

Certamente ficarei mudo,

Não por perder a voz.



Hum.

Hum.

Hum.

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