Uma tentativa aparentemente fracassada de golpe eclodiu na quarta-feira na Bolívia, onde veículos blindados colidiram com as portas do palácio do governo.
O presidente Luis Arce disse que o país se manteve firme contra os ataques à democracia da extrema direita.
Arce bravamente confrontou o comandante geral do exército – Juan José Zúñiga, que estava liderando a rebelião – no corredor do palácio, dizendo: “Eu sou seu capitão e ordeno que retirem seus soldados, e não permitirei esta insubordinação.”
A televisão boliviana mostrou dois tanques e vários homens em uniforme militar do lado de fora do prédio, mas mais tarde as tropas e veículos blindados começaram a recuar. Apoiadores de Arce invadiram a praça logo depois, agitando bandeiras bolivianas.
As forças armadas bolivianas ocuparam a praça central de La Paz e um veículo blindado bateu na entrada do palácio presidencial enquanto o presidente democrata eleito, Luis Arce, desferia um "golpe" contra o governo e pedia apoio internacional.
Arce denunciou a mobilização de algumas unidades do exército em La Paz lideradas pelo general Juan José Zuniga, recentemente destituído do comando militar, e exigiu a desmobilização das tropas.
Arce exigiu que o general Juan José Zuniga desmobilize os soldados que ocuparam a praça central da capital
A mídia local relatou a presença de militares na Praça Murillo, espaço central da cidade onde estão localizados os prédios do governo. Arce apelou ao respeito pela democracia e o ex-presidente Evo Morales denunciou uma tentativa de golpe liderada pelo general do exército Zúñiga.
Após a reunião com Arce, o general Zúñiga e os militares deixaram o prédio do governo, enquanto o ministro do Governo da Bolívia, Carlos Eduardo del Castillo, junto com outras autoridades, ficaram a porta, conforme relatado pelo portal de notícias.
Acusado de planejar a tentativa de golpe, o general Juan José Zuniga disse que não há nada a ver com sua conversa com Elon Musk, mas que o objetivo da ação ilegal era “recuperar a nossa pátria”.
A chanceler boliviana Celinda Sosa se pronunciou sobre a situação e pediu o apoio da comunidade internacional frente à tentativa de golpe em curso no país.
“O Estado Plurinacional da Bolívia denuncia perante a comunidade internacional as mobilizações irregulares de algumas unidades do exército boliviano que ameaçam a democracia, a paz e a segurança do país. Fazemos um apelo à comunidade internacional e à população boliviana para que respeitem os valores democráticos e apoiem o governo do irmão presidente Luis Arce Catacora, constitucionalmente eleito pela vontade soberana do povo boliviano”, declarou.
Acusado de planejar a tentativa de golpe fracassado, o general Juan José Zuniga teria se reunido com o presidente boliviano e deixado o prédio do governo após a conversa. “Vamos recuperar a nossa pátria”, teria declarado Zuniga anteriormente. O ministro do Interior, Carlos Eduardo del Castillo, e autoridades barricaram a porta, mas um blindado sobre rodas rebentou a entrada do Palácio Quemado.
O ex-presidente Evo Morales, chefe do partido socialista no poder, MAS, disse que os seus apoiadores se mobilizariam em apoio à democracia.
Ele acusou Zuniga de tentar encenar um golpe e anunciou uma paralisação geral do trabalho, incluindo um apelo ao bloqueio de estradas.
“Não permitiremos que as forças armadas violem a democracia e intimidem as pessoas”, disse Morales.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva e outras lideranças internacionais condenaram, uma tentativa de golpe na Bolívia, expressando esperança de que a democracia prevaleça em toda a América Latina.
Lula pediu informações sobre a situação em andamento na Bolívia da tentativa de golpe do exército.
“Eu quero informação, então eu pedi para o ministro Mauro ligar para Bolívia, ligar para o presidente, ligar para o embaixador brasileiro, para a gente ter certeza, para a gente poder ter uma posição”, disse Lula.
Chefes de Estado de diversos países da América Latina usaram as redes sociais para repudiar a invasão da casa de governo da Bolívia por militares daquele país.
O motivo do golpe, a descoberta de mais jazidas de lítio. Como escreveu Eduardo Galeano, “As veias abertas da América Latina”.
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