Marchas contra combustíveis fósseis reúnem milhares de manifestantes pelo mundo

Centenas de milhares de manifestantes em todo o mundo saíram às ruas no fim de semana pedindo o fim da queima de combustíveis fósseis.

As ações climáticas ocorreram nas Filipinas, na Índia, na República Democrática do Congo, na Suécia, na Alemanha, nos Estados Unidos e em dezenas de outros países e cidades em todo o mundo.

Em Nova Iorque, cerca de 75.000 manifestantes juntaram-se a uma marcha massiva no domingo, após dias de ações pacíficas contra bancos e outras instituições envolvidas com a indústria dos combustíveis fósseis. Foi o maior comício que Nova York já viu em anos. Antes da marcha, pelo menos 16 ativistas climáticos foram presos na sexta-feira depois de ocuparem e fecharem o Museu de Arte Moderna por mais de cinco horas devido às suas ligações com o bilionário dos combustíveis fósseis Henry Kravis, cofundador da empresa de investimentos de Wall Street KKR.

Mais de 700 organizações, lideradas por organizadores da marcha no Centro para Diversidade Biológica, Centro para Democracia Popular, Centro de Organização Climática, Food & Water Watch, Fridays For Future USA & NYC, Earthworks, Greenfaith, Rede Ambiental Indígena, Comunidades para Mudança de Nova York, A Oil Change International e a Oil & Gas Action Network apoiaram a ação em massa. Além disso, mais de 100 líderes eleitos federais, actores e activistas climáticos de renome deram o seu apoio à marcha. Além disso, 400 cientistas e quase 100 funcionários eleitos locais em Nova Iorque, no Havai e em todo o país enviaram cartas ao Presidente Biden pedindo-lhe que acabasse com a expansão dos combustíveis fósseis e declarasse uma emergência climática.

Manifestante: “O governo tem de tomar medidas agora para alcançar a neutralidade climática até 2030. Não pode ser que os nossos últimos meios de subsistência básicos estejam a ser destruídos. A Porta de Brandemburgo representa um ponto de viragem político como nenhum outro marco, e hoje precisamos exactamente deste ponto de viragem novamente. O chanceler continua a jogar lenha na fogueira. Não pode ser apenas que os meios de subsistência básicos de milhões – não, milhares de milhões – de pessoas estejam a ser postos em risco. A ciência e os cientistas têm certeza de que precisamos abandonar o uso de combustíveis fósseis até 2030.”

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, será o anfitrião da Cúpula da Ambição Climática na cidade de Nova Iorque. Num movimento sem precedentes, Guterres está estabelecendo um padrão para que os países presentes apresentem planos de eliminação progressiva de combustíveis fósseis e se comprometam com a não produção de petróleo, gás e carvão. A Casa Branca disse que o presidente Biden não planeja participar da Cúpula da Ambição Climática.