A principal universidade chinesa elimina os requisitos de inglês

A Universidade Xi'an Jiaotong, uma das principais universidades públicas de pesquisa da China, confirmou que eliminou a exigência de que os alunos realizassem um Teste de Inglês Universitário (CET) obrigatório para ingressar ou se formar na instituição.

A universidade, localizada na província de Shaanxi, no noroeste, tomou a iniciativa em meio ao debate sobre os benefícios práticos de aprender inglês para grandes setores dos estudantes da China, informou o South China Morning Post na sexta-feira, 22 de setembro.

A medida é uma “medida normal tomada pela escola de acordo com os desenvolvimentos atuais”, afirmou a publicação, citando comentários do gabinete de assuntos académicos da universidade. Xi'an Jiaotong, considerada entre as 5% melhores universidades da China, acrescentou que os cursos de inglês baseados nos requisitos do CET permanecerão no currículo.

Os planos para reduzir as exigências para que os alunos aprendam inglês vêm ganhando força há vários anos. O deputado da Assembleia Popular Nacional, Tuo Qingming, disse no início deste ano, numa sessão legislativa em Pequim, que a fluência em inglês tem “pouco valor prático para muitas pessoas”.

Tuo acrescentou: “Para um número considerável de pessoas, aprender uma língua estrangeira serve apenas para ingressar no ensino superior. O que eles aprendem é, na verdade, orientado para exames. Raramente ou nunca usarão línguas estrangeiras no seu trabalho ou na sua vida.”

No entanto, Yu Xiaoyu, especialista em linguística da Universidade de Hong Kong, alertou contra a medida para reduzir os requisitos da língua inglesa. Ele argumentou que a proficiência numa das línguas mais faladas do mundo é uma vantagem no mercado de trabalho.

“O que não mudou é que grande parte do mercado de trabalho para graduados universitários ainda considera o inglês benéfico, então há uma grande chance de que os estudantes com maior proficiência em inglês, especialmente aqueles que podem prová-lo, encontrem mais oportunidades”, Yu disse, de acordo com o South China Morning Post na sexta-feira.

Yu também declarou a sua convicção de que o atual currículo CET requer reforma. É possível, argumentou, que um aluno obtenha uma pontuação elevada no teste sem ser capaz de comunicar adequadamente em inglês, e que “não devemos interpretar a decisão da universidade como um sinal de que estão a atribuir menos importância à língua inglesa”.