A junta governante do Mali anunciou na segunda-feira que as eleições presidenciais marcadas para Fevereiro próximo estão a ser adiadas. A eleição deveria facilitar a restauração da liderança civil na nação da África Ocidental atingida pelos jihadistas.
As duas voltas de votação, originalmente agendadas para 4 e 18 de fevereiro, “serão ligeiramente adiadas por razões técnicas”, disse o porta-voz do governo, Abdoulaye Maiga, na segunda-feira, 25 de setembro.
“As novas datas das eleições presidenciais serão comunicadas posteriormente”, disse Maiga.
A liderança militar do país atribuiu o adiamento à adoção de uma nova constituição, à atualização das listas eleitorais e a problemas com uma base de dados do censo. O porta-voz do governo mencionou um litígio com a empresa francesa Idemia, que a junta afirma estar envolvida no processo de censo.
As autoridades também se recusam a organizar eleições legislativas que estavam originalmente marcadas para o final de 2023, antes das eleições presidenciais. Segundo um comunicado, a liderança do país “decidiu organizar, exclusivamente, as eleições presidenciais”.
Na sequência da pressão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), os líderes militares do Mali comprometeram-se a realizar eleições em Fevereiro. Como resultado deste compromisso, o bloco regional levantou um conjunto de sanções comerciais e financeiras ao Mali.
Em Janeiro de 2022, o governo militar decidiu governar durante um período máximo de cinco anos antes de decretar uma transição de poder, um passo que levou à imposição de sanções adicionais nesse mesmo mês.
Em Junho passado, os malianos votaram num referendo para adoptar uma nova constituição que concedesse amplos poderes ao chefe de Estado. A votação foi repetidamente adiada.
Os líderes militares também prometeram realizar eleições legislativas em Fevereiro de 2022. No entanto, a junta, liderada pelo oficial militar Assimi Goita, anunciou que não conseguiria cumprir o calendário acordado com a CEDEAO no final de 2021.
O Mali assistiu a golpes de estado consecutivos em 2020 e 2021, ambos liderados por Goita. O segundo golpe viu a remoção dos líderes civis interinos do país nomeados após o golpe inicial e a reintegração de Goita como presidente interino.
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