“Estimamos que as receitas das exportações de cocaína saltaram para 18,2 bilhões de dólares em 2022 – não muito atrás das exportações de petróleo de 19,1 bilhões de dólares no ano passado”, disse o economista da Bloomberg, Felipe Hernandez, como parte de um relatório publicado na quinta-feira, 14 de setembro. “O governo está destruindo laboratórios onde as folhas de coca são transformadas em cocaína, mas isso não impediu a expansão da produção”, acrescentou Hernandez.
As exportações de cocaína do país sul-americano ultrapassaram 1.700 toneladas no ano passado, disse Bloomberg, quase o dobro das 970 toneladas do ano anterior. Entretanto, as exportações de petróleo caíram 30% no primeiro semestre de 2023.
O aumento previsto na produção de cocaína na Colômbia ocorre no meio de uma mudança política imposta pelo presidente do país, Gustavo Petro, que apelou às autoridades antidrogas para perseguirem os principais traficantes de droga que traficam o narcótico no estrangeiro, em vez dos produtores de folhas de coca.
Petro também manifestou o desejo de manter conversações com os principais exportadores de cocaína da Colômbia como parte de uma tentativa de reduzir a violência relacionada com as drogas.
Uma consequência não intencional da mudança política da Petro, de acordo com um relatório publicado esta semana pelo Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, foi um crescimento de 13% na terra utilizada para cultivar plantas de coca – cujas folhas são transformadas em cocaína. Colher ou cultivar plantas de coca é ilegal na Colômbia.
O relatório da ONU também afirmou que cerca de 230 mil hectares (570 mil acres) de terras colombianas estão sendo usados para colher plantas de coca. O aumento nas colheitas disponíveis foi refletido por um aumento na produção, acrescentou Hernandez à Bloomberg.
Em Agosto, um carregamento de 9,5 toneladas de cocaína proveniente do Equador, que faz fronteira com a Colômbia, foi interceptado pelas autoridades espanholas. As provas do carregamento apreendido, disfarçado como uma entrega de bananas congeladas, indicavam que as drogas se destinavam a ser distribuídas a 30 redes de droga europeias.
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