domingo, 12 de janeiro de 2025

TOMO MDCCXXIII - A GUERRA DO CONTESTADO


Há duas versões para o nome "CONTESTADO". A primeira se refere a contestação que a Argentina defende, com base no tratado de Tordesilhas, contra a expansão brasileira para o Oeste, "Estados fronteiriços". A segunda leva em conta o fato de D. Pedro II ter assinado concessão para "José Teixeira Soares" construir uma ferrovia que ligaria São Paulo ao Sul do país. O imperador teria assinado o documento apenas seis dias antes do golpe da proclamação da Republica. Por isso, a tal concessão foi contestada por Deodoro da Fonseca.


B) O monge João Maria, líder espiritual, (curandeiro, ou "praticamente de medicina alternativa", conhecedor das doutrinas católicas, também dos ritos indígenas, é uma inconteste liderança na região catarinense, com práticas com o fazem parecido com Antônio Conselheiro, é dá a guerra do Contestado, muita similaridade com a guerra dos Canudos, inclusive, com a extinção dos revoltosos.


c) no começo do séc passado, apesar da extinção oficial da escravatura, muitos brasileiros, ainda estavam submetidos a situação de trabalho exatamente igual, "principalmente no meio rural", mas não só, infelizmente, veja a história de João Cândido da Silva, o almirante Negro, já que os marinheiros eram açoitados pela chibata.


Uma vez conseguida a concessão, Teixeira Soares, passa a buscar financiamento para efetivação do projeto, conseguindo com estadunidense Percival Farquhar, "que já detinha uma concessão para exploração de áreas destinadas a plantação para indústria de papel" este atraí trabalhadores rurais do Sul, "sujeitos a condições degradantes de trabalho" bem como de pessoas ex-escravizados do Rio e de São Paulo,  prometendo a estes, além dos salários, áreas ao longo da ferrovia, para instalação de propriedades rurais, promessas vans, que tiveram como resultado prático um aumento da população e os conflitos que culminaram com a guerra do Contestado.


O estopim para a guerra teria sido uma declaração do monge João Maria, contra a velha república, suas falas chegaram ao Palácio Guanabara, que iniciou a ação bélica para derrotar "mais uma inexistente tentativa do Brasil retornar à monarquia". 


O cenário e desenvolvimento dos conflitos, tem enredo muito parecido com a guerra dos Canudos, onde, um exército, "profissional, mercenário" dízima revoltosos armados com armas roubadas dos arsenal de guerra das forças policiais e militares e, é claro, muita disposição, porém, um exército mal armado, não consegue fazer frente ao Estado. Que incapaz de manter uma guerra de guerrilha, passou a cercar, impedindo a chegada de água e viveres aos  revoltosos, por fim, uma repetição dos "humanitários" gestos do degolar homens mulheres e crianças, que o exército brasileiro tinha promovido na guerra do Paraguai.


Os quase quatro anos de guerra, "10/12 a 08/16", por incrível para pareça, talvez por inexistência de um Euclides da Cunha, não fez parte da minha formação escolar, confere, nem mesmo da acadêmica, ou de alguém que conheça que não tenha origem no Sul. Na prática, somos parte de um povo, qual nossa história não é ensinada.

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