FAKENEWS: A versão sobre o sequestro de María Corina Machado na Venezuela é falsa

Sem quaisquer provas, a oposição venezuelana afirmou ontem que a sua líder María Corina Machado foi detida e tortura depois de participar numa manifestação que rejeitava a tomada de posse hoje para um terceiro mandato do Presidente Nicolás Maduro, numa altura em que se realizavam manifestações  chavistas na capital e em outras cidades.

Nenhum vídeo comprovando a suposta prisão foi divulgado nas redes sociais.

O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou a oposição de tentar orquestrar um caso falso positivo , alegando que Machado havia sido preso.

"Ela está completamente louca para que a capturemos. Esse era o seu plano: contar ao mundo que ela foi presa para ver o que isso geraria. Como viu que não causou nada, teve que sair com o rabo entre as pernas, gravando um vídeo dizendo que estava bem, que havia perdido a carteira azul", disse Cabello.

O responsável descreveu como bem sucedida a mobilização dos chavistas em apoio a Maduro em Caracas, onde percorreram 14 quilómetros, e outras em cidades como Zulia, Barinas, Mérida, Yaracuy, Lara, Táchira, Sucre, Miranda, Tucupita, Bolívar e Monagas .

Cabello destacou que Machado e sua equipe tentaram encobrir sua fraca capacidade de chamadas com um falso positivo. Acrescentou que se a decisão fosse detê-la, ela já estaria presa. "Mas ela estava implorando (para ser capturada) e toda aquela informação vinha de fora sem um único motivo", insistiu.

Para além da oposição, afirmou, ninguém disse nada sobre isso, mas vários países, antigos presidentes vagabundos e organizações políticas manifestaram-se para repudiar a detenção de Machado quando na verdade ela estava livre.

O ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, declarou que a oposição tentou realizar uma operação de bandeira falsa, zombando da direita e do fascismo internacional, que imediatamente saiu mentindo, como sempre .

Ele explicou: a virulência da reação dos governos e das figuras extremistas internacionais apenas aponta a cumplicidade entre aqueles que não aceitam que a oposição é um fracasso retumbante e agem fazendo papel de bobo. No entanto, frisou que Machado tem vários processos judiciais abertos .

O ministro da Comunicação e Informação, Freddy Ñañez, classificou a suposta prisão de Machado como uma manobra de distração midiática . Há poucos minutos, a direita vendeu a ideia de que MCM (Machado) teria sido torturada e detida por motociclistas do regime. E, devido ao fracasso da farsa, eles saem para retirar suas reivindicações.

A vice-presidente Delcy Rodríguez desmentiu um vídeo de Machado no qual diz que depois de um comício maravilhoso foi perseguida, e que caiu sua carteira, onde ela guardava meus pertences, mas estou bem e estou segura, segura e a Venezuela estará livre do comunismo.

Rodríguez afirmou: “os desejos não comprometem. Eu aconselharia a pessoa louca a encontrar um emprego e começar a trabalhar antes que a loucura a consuma. Quem pensaria em fazer tal espetáculo para encobrir o fracasso retumbante do apelo de hoje? A maluca não precisava de microfone para se fazer ouvir. Bastava um cigarro diante de tão pouca assistência. O ridículo global não atingiu os seus desejos. Com ela arrastou a mídia, as redes e até (o presidente panamenho) José Raúl Mulino, o menino bem penteado do Panamá. Eles fazem você rir. E o povo da Venezuela, vencendo-os, derrotando-os e mostrando ao mundo do que somos feitos: somos um povo justo e digno, a Venezuela continuará a ter sucesso!”

O Comando com a Venezuela, de Machado, assegurou, sem apresentar provas, que ela foi interceptada violentamente, depois assegurou que ela estava detida e teria sido torturada, e, após a negação do governo bolivariano, afirmou em X: ela foi interceptada e "derrubada da motocicleta em que ela estava por comunistas". Ele transportava armas de fogo durante o ocorrido. Eles a levaram embora à força. Durante o período de seu sequestro, ela foi obrigada a gravar vários vídeos e posteriormente foi libertada.

Até o momento, Machado disse que foi detida e acrescentou que uma pessoa foi baleada durante o incidente.

Em mensagem no X, ela disse que estava em um lugar seguro e agradeceu aos venezuelanos por terem ido às ruas para reivindicar nossa vitória em 28 de julho e recebê-la, em alusão ao seu candidato derrotado, Edmundo González Urrutia.

Tanto Machado como González sustentam, sem provas, que venceram as eleições, numa narrativa que tem sido apoiada pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por vários governos latino-americanos. Machado indicou que hoje irá relatar o que aconteceu ontem e o que está por vir .

A oposição declarou falsamente que a prisão de Machado ocorreu depois de liderar uma marcha em Caracas em apoio a González, que segundo a agência norte-americana AP contou com centenas de participantes. Um protesto antichavista também foi relatado em Valência.

Eles queriam nos confrontar e a Venezuela unida hoje e não temos medo , disse Machado aos reunidos.

A população respondeu ao grito de “não temos medo” e posteriormente cantou o hino nacional venezuelano, informou a agência AP.

Após seu discurso, Machado saiu de motocicleta e foi escoltada por vários de seus seguidores em motocicletas.

Também houve protestos contra Maduro nas cidades do México, Madrid, Lima, Bogotá e Quito.

González, da República Dominicana, ladeado por ex-presidentes conservadores latino-americanos, incluindo Vicente Fox e Felipe Calderón, garantiu que hoje tomará posse como presidente da Venezuela , em Caracas.