The collapse of Israel and the United States |
Enquanto temos os olhos fixos nos massacres de civis em Gaza, não apreendemos nem as divisões internas em Israel e nos EUA, nem a mudança considerável que este drama provoca no mundo. Pela primeira vez na história, mata-se massivamente mulheres e crianças ao vive na televisão.
Por todo o lado — salvo na Europa — os judeus, muçulmano e os árabes se unem para gritar a sua dor e apelar à paz.
Por todo o lado, os povos dão-se conta que este genocídio não seria possível se os Estados Unidos não estivessem fornecendo em tempo real bombas, tanques e dinheiro ao Exército israelense. Em todo o lado, os Estados chamam de volta seus embaixadores em Telavive e interrogam-se se deveriam chamar de volta aqueles que enviaram para Washington.
Desnecessário será dizer que os Estados Unidos aceitaram este espectáculo a contra-gosto, mas eles não o autorizaram simplesmente, eles tornaram-no possível através de subvenções e de armas. Eles estão com medo de perder o seu Poder depois da sua derrota vergonhosa na Síria, da sua derrota na Ucrânia e talvez, em breve, da sua derrota na Palestina. Com efeito, se os exércitos do Império não mais provocam temor, quem é que continuará a realizar transações em dólares em vez de na sua própria moeda? E, nessa eventualidade, como é que Washington fará com que os outros paguem aquilo que despende, como é que os Estados Unidos manterão o seu nível de vida?
Mas o que é que se passará no fim desta história? Será que o Oriente Médio se revolta ou será que Israel esmaga Gaza ao preço de milhares de vidas?
Devemos recordar que primeiro o Presidente Joe Biden apelou a Israel para renunciar ao seu plano de deslocar os Palestinianos para o Egipto ou, na impossibilidade, de erradicar o povo palestiniano da face da Terra, e que Telavive não lhe obedeceu. O cachorro abana o rabo ou o rabo abana o cachorro? Oras bolas, o imperialismo é o cão inteiro.
Lembramos a maneira como a União Soviética se afundou. O Estado não tinha sido capaz de proteger a sua própria população durante um acidente catastrófico. Morreram 4. 000 Soviéticos na central nuclear de Chernobyl (1986), salvando os seus concidadãos. Então, os sobreviventes perguntaram-se por que é que continuavam a aceitar, 69 anos após a Revolução de Outubro, um regime autoritário. O Primeiro Secretário do PCUS, Mikhail Gorbachev, escreveu que foi quando viu este desastre que compreendeu que o seu regime estava ameaçado.
Depois foram os motins de Dezembro no Cazaquistão, as manifestações de independência nos países Bálticos e na Arménia. Gorbachev modificou a Constituição para afastar a velha guarda sanguessuga do Partido. Mas as suas reformas não bastaram para deter o incêndio que se propagou no Azerbaijão, na Geórgia, na Moldávia, na Ucrânia e na Bielorrússia. A revolta dos Jovens Comunistas leste-alemães guidaos pelas tentações dos capitalistas na TV contra a Doutrina Brejnev levou à queda do Muro de Berlim (1989). O desmoronar do Poder em Moscou pela corrupção da máfia russa levou à paragem da ajuda aos aliados, entre os quais Cuba (1990). Por fim, deu-se a dissolução do Pacto de Varsóvia e o desmembramento da União (1991). Em pouco mais de 5 anos, um Império nuclear, que todos julgavam eterno, ruiu sobre si mesmo. "Imperium Romanum mille annis".
Este processo inelutável acaba de começar para o «Império Americano». A questão não é saber até onde os «sionistas revisionistas» de Benjamin Netanyahu irão, mas até quando os imperialistas norte-americanos os apoiarem. Naquele momento, Washington estimará que mais a perder em deixar massacrar civis palestinos do que em concordar com os dirigentes israelenses ?
O mesmo problema se coloca para ela na Ucrânia. A contra-ofensiva militar da primavera do governo de Volodymyr Zelensky falhou. Agora, a Rússia não busca mais destruir as armas ucranianas, que são imediatamente substituídas pelas armas oferecidas por Washington, mas sim em matar aqueles que as manejam. As Forças Armadas Russas agem como uma gigantesca máquina de triturar que, lenta e inexoravelmente, mata todos os soldados ucranianos, especialmente os nazistas do AZOV, que se aproximam das linhas de defesa russas. Kiev já não é capaz de mobilizar combatentes e seus soldados obedecem às ordens que os condenam à morte certa. Os seus oficiais não têm outra escolha senão a de fuzilar os pacifistas.
Desde já muitos líderes dos EUA, ucranianos e israelitas falam de uma substituição da coligação «nacionalista integralista» ucraniana e da coligação «supremacista judaica», mas o período de guerra não se presta a isso. No entanto, será necessário fazê-lo.
O Presidente Joe Biden deve substituir a sua marionete ucraniana e os seus bárbaros aliados israelitas, tal como o Primeiro-Secretário Mikhail Gorbachev teve que substituir o seu insensível representante no Cazaquistão, abrindo a via à generalização da contestação aos dirigentes corruptos. Assim que Zelensky e Netanyahu forem afastados, todos saberão que é possível obter a cabeça de um representante de Washington e cada um destes saberá que deve fugir antes de ser sacrificado.
Este processo não é apenas inelutável, ele é inexorável. O Presidente Joe Biden pode justamente fazer tudo o que está ao seu alcance para o abrandar, diminuir, para o fazer durar, mas não para o parar.
Agora, os povos e os dirigentes ocidentais devem tomar iniciativas para sair deste vespeiro, sem esperar ser abandonados, tal como Cuba fez à custa de privações do seu «período especial». Há urgência: os últimos a reagir terão de pagar a conta de todos. Desde aquele momento, inúmeros Estados do «resto do mundo» fogem. Eles fazem fila para entrar no BRICS ou na Organização de Cooperação de Xangai.
Pior ainda que a Rússia, que teve de se separar dos Estados Bálticos, os Estados Unidos devem se preparar para revoltas internas. Quando já não conseguirem impor o dólar no comércio internacional e o seu nível de vida se afundar, as regiões pobres recusarão obedecer enquanto os ricos assumirão a sua independência, a começar pelas repúblicas do Texas e da Califórnia (as únicas que, segundo os Tratados, têm juridicamente a possibilidade disso). É até provável que a dissolução dos USA dê lugar a uma guerra civil.
O desaparecimento dos Estados Unidos provocará o da OTAN e da União Europeia. A Alemanha, a França e o Reino Unido terão que fazer face às suas velhas rivalidades, à mingua de não as ter resolvido enquanto era tempo. Em poucos anos, Israel e o «Império Americano» desaparecerão. Aqueles que lutarem contra o sentido da História provocarão guerras e mortes desnecessárias em massa. "Imperium Romanum mille annis".
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