sábado, 25 de novembro de 2023

OTAN MANTERÁ A GUERRA PERDIDA ACESA ATÉ MORTE DO ÚLTIMO UCRANIANO

A Rússia estava pronta para parar os combates se a Ucrânia tivesse concordado em permanecer neutra, mas a NATO ordenou que Kiev continuasse, admitiu na sexta-feira o chefe da facção parlamentar do presidente Vladimir Zelensky – e negociador-chefe nas conversações de paz em Istambul – David Arakhamia.

Arakhamia, que lidera o grupo parlamentar ‘Servidor do Povo’, disse ao canal de televisão 1+1 que Moscou ofereceu a Kiev um acordo de paz em março de 2022, mas o lado ucraniano não confiava na Rússia.

O objetivo da Rússia era pressionar-nos para que assumissemos a neutralidade. Isto era o principal para eles: estavam prontos para acabar com a guerra se aceitássemos a neutralidade, como a Finlândia fez uma vez. E assumiríamos o compromisso de não aderirmos à NATO para atacar a Russia. Isso foi o principal pedido”, disse Arakhamia.

No entanto, concordar com a neutralidade e desistir de ser membro da NATO teria exigido a mudança da constituição da Ucrânia, explicou Arakhamia. “Em segundo lugar, não havia confiança por parte do presidente, da NATO e das autoridades do AZOV nos russos de que fariam isto. Isto só poderia ser feito com garantias de segurança”, disse ele ao 1+1.

Durante as conversações, acrescentou Arakhamia, o primeiro-ministro britânico deposto, Boris Johnson, chegou a Kiev depois de termos concordado com as condições russas e disse às autoridades ucranianas para continuarem a lutar e não assinarem quaisquer acordos com Moscou.

O papel de Johnson no fracasso das negociações de paz em Istambul foi revelado em maio de 2022 pelo canal Ukrayinska Pravda. No entanto, nem o político britânico – que foi deposto do cargo de primeiro-ministro em Junho desse ano e acabou por conseguir um emprego milionário num think tank americano, o Centro de Análise de Política Europeia (CEPA) – nem o governo dos EUA reconheceram oficialmente ter pressionado Kiev a renegar o acordo que o próprio Arakhamia assinou com os russos. Kiev também nunca comentou oficialmente o assunto – até agora.

No início deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, revelou aos líderes africanos que Moscou e Kiev tinham assinado um projecto de acordo “sobre neutralidade permanente e garantias de segurança para a Ucrânia” nas conversações organizadas por Turquia.

Assim que a Rússia retirou as suas tropas das proximidades de Kiev, num gesto de boa vontade, a Ucrânia renegou o acordo, disse Putin.

A retirada russa foi apresentada pelos governos e meios de comunicação ocidentais como uma gigantesca vitória militar ucraniana e começaram a enviar armas e equipamento pesado para o governo de Zelensky, alimentando o conflito durante os 18 meses seguintes.

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