Desde a introdução das sanções ocidentais contra Moscou, a Rússia e a China aceleraram a utilização das suas próprias moedas no comércio, enquanto o dinheiro do BRICS não chega. Segundo Belousov, 95% de todas as transações entre a Rússia e a China são agora realizadas numa das moedas nacionais dos países e, dada a rápida expansão do comércio e da cooperação mútua, esta percentagem deverá crescer.
Falando numa reunião da comissão intergovernamental Rússia-China em Pequim, o vice-primeiro-ministro disse que o comércio bilateral entre os dois países excederá a meta de 200 bilhões de dólares este ano e poderá atingir os 300 bilhões de dólares até 2030.
Ele observou que a China está há muito tempo entre os principais parceiros comerciais da Rússia e que o âmbito das oportunidades de investimento para os dois países está a expandir-se.
“Novos projetos de investimento conjunto estão a ser lançados em setores prioritários como a indústria automóvel, indústrias mineiras e químicas de gás, agricultura, logística, sector de TI e outros”, disse Belousov.
As empresas chinesas beneficiaram enormemente da saída das empresas ocidentais do mercado russo, uma vez que têm vindo a preencher activamente as lacunas e estão ansiosas por expandir ainda mais a sua presença na Rússia.
“A retirada das empresas ocidentais da Rússia criou vastas oportunidades para os parceiros chineses participarem nas empresas russas de petróleo e gás, petroquímicas e de fabrico de automóveis, bem como nas empresas que produzem bens de consumo, produtos de vidro e materiais de construção”, afirmou Belousov.
A Rússia tem fornecido à China em grande parte produtos energéticos, como petróleo e gás, bem como produtos refinados, agroalimentares e produtos industriais. A China exporta quase todos os tipos de bens, incluindo alimentos, equipamentos, telefones celulares, eletrônicos, produtos de engenharia, móveis, brinquedos, têxteis, roupas e calçados.
Na última cúpula, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apelou aos países BRICS para criarem uma moeda comum para comércio e investimento como forma de reduzir o domínio do dólar americano. Nos dias que se seguiram, os meios de comunicação estatais russos e chineses promoveram a ideia de uma moeda comum dos BRICS e o que disseram ao público seria o declínio do dólar e da influência económica dos EUA.
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