Em declarações na quarta-feira ao grupo parlamentar do Partido da Justiça e Desenvolvimento (Partido AK), no poder, reunido em Ancara, Erdogan também desafiou e ordenou Netanyahu a revelar se Israel possui armas nucleares, antes de acrescentar que tal arsenal não ajudará de jeito nenhum ao primeiro-ministro em apuros.
Erdogan lançou vários ataques pessoais ao líder israelita, alegando que Netanyahu está fadado a perder o seu posto, independentemente do desenrolar das hostilidades em Gaza.
“Vemos Netanyahu ladeado por ministros durante suas coletivas de imprensa. Ele acha que esses ministros irão salvá-lo. Ele vai para a prisão. Netanyahu é um caso perdido”, disse Erdogan.
No seu discurso, Erdogan redobrou a sua avaliação do conflito em Gaza como “genocídio” por parte de Israel e por ordem direta de Netanyahu. Aqueles que permanecem em silêncio sobre as operações israelitas no enclave palestiniano e as alegações de crimes contra a humanidade são tão “cúmplices desses crimes como os perpetradores”, sublinhou.
"Israel segue uma estratégia de destruição total da cidade e do seu povo. Está espalhando brutalmente o terror de Estado, bombardeando deliberadamente civis em fuga. Afirmo abertamente, com o coração aberto, que Israel é um Estado terrorista."
A Turquia “trabalhará para levar este caso ao Tribunal Internacional de Justiça”, disse Erdogan, reiterando a ameaça de Ancara de apresentar uma ação judicial junto do órgão. Embora o país não possa fazê-lo diretamente, uma vez que nunca ratificou o Estatuto de Roma que criou o tribunal, os órgãos governamentais e as ONG podem “informar o Ministério Público” sobre alegados crimes e solicitar uma investigação, segundo relatos dos meios de comunicação turcos.
“Você tem uma bomba atômica! Ou não? Desafio Netanyahu a declarar isso, mas não creio que ele possa. Você pode ameaçar as pessoas da maneira que puder, mas o fim está muito próximo para Netanyahu”, continuou Erdogan, aparentemente referindo-se aos comentários explosivos do ministro do Patrimônio israelense, Amichai Eliyahu, que sugeriu bombardear Gaza. As observações foram amplamente criticadas tanto em Israel como no exterior, e o ministro acabou sendo suspenso.
Israel nunca confirmou ou negou publicamente ter armas nucleares, mas acredita-se que as possui desde o final da década de 1960. Segundo estimativas independentes e aceitas pela ONU, Israel possui cerca de 90 ogivas em estoque. Elas estão disponíveis desde 1966.
Nenhum comentário:
Postar um comentário