O Ministro da Informação da Serra Leoa, Chernor Bah, disse aos repórteres na terça-feira que 13 oficiais militares e um civil foram detidos em conexão com o incidente.
“O incidente foi uma tentativa fracassada de golpe. A intenção era subverter e derrubar ilegalmente um governo eleito democraticamente”, disse Bah.
No domingo, o país da África Ocidental impôs um recolher obrigatório a nível nacional na sequência de confrontos entre forças de segurança e homens armados que atacaram o Quartel Wilberforce na capital, Freetown. Segundo o governo, o grupo armado também invadiu a Prisão Central de Freetown e libertou vários presos.
Pelo menos 21 pessoas morreram no tiroteio, incluindo 14 soldados e três “assaltantes”, disse Bah na terça-feira. Segundo a polícia, entre os mortos está Idrissa Hamid Kamara, popularmente conhecido como Leatherboot, um “homem forte” do partido da oposição Congresso de Todo o Povo e conhecido como membro da equipa de segurança do anterior presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Koroma.
As autoridades também relataram que quase 2.000 prisioneiros escaparam durante os distúrbios, com apenas alguns retornando voluntariamente.
A polícia da Serra Leoa divulgou fotografias de 34 pessoas procuradas por alegado envolvimento nos distúrbios. A lista inclui 32 homens e duas mulheres que são soldados em serviço ou aposentados, policiais e alguns civis. De acordo com o Sierra Leone Telegraph, quase todos os fugitivos declarados estão de alguma forma ligados ao principal partido da oposição, o APC.
As tensões na Serra Leoa têm aumentado desde a reeleição do Presidente Bio em Junho, o que suscitou críticas da oposição e de observadores internacionais devido às preocupações com a transparência.
A polícia prendeu oficiais superiores do exército em Agosto sob suspeita de planear um ataque a instituições estatais.
A tentativa de golpe em Freetown surge numa altura em que a região da África Ocidental assistiu a derrubadas bem sucedidas de governos democraticamente eleitos, a mais recente das quais ocorreu no Níger.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou o acontecimento, chamando-o de um esquema de certos indivíduos para obter armas e perturbar a paz e a ordem constitucional do Estado-Membro.
O bloco regional de 15 estados disse na segunda-feira que estava pronto para ajudar a Serra Leoa, inclusive através do fortalecimento da segurança nacional e do envio de elementos regionais, se necessário.
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