Mosquirix é o nome comercial da RTS,S – a primeira vacina contra a malária do mundo. Um programa piloto iniciado em 2019 distribuiu doses a mais de 800.000 crianças no Gana, no Quénia e no Malawi.
Segundo a OMS, ocorreram 247 milhões de casos de malária em todo o mundo em 2021, levando a 619.000 mortes; 77 por cento das pessoas mortas pelo vírus eram crianças menores de cinco anos. África foi responsável por aproximadamente 95% dos casos globais de malária e 96% das mortes relacionadas nesse ano.
O Ministro da Saúde dos Camarões, Manaouda Malachie, afirmou que o carregamento inicial da vacina será distribuído em 42 dos 203 distritos do país mais afectados pela doença. Ele afirmou que as doses serão aplicadas apenas em crianças de 6 a 24 meses.
“Os Camarões são um dos 11 países que ainda têm um fardo bastante pesado em termos de mortalidade ligada à malária e perdemos especialmente recém-nascidos”, disse Malachie.
“É uma celebração para os Camarões receber esta primeira dose da vacina, o número de doses vai aumentar progressivamente. Este ano serão cerca de 4 milhões, no próximo ano, 6 milhões, no ano seguinte, 8 milhões”, afirmou o ministro da Saúde. “Perdemos muitos compatriotas que morrem por causa desta doença. Hoje temos uma vacina que vem juntar-se à panóplia de medidas já implementadas”, acrescentou.
Catherine Russell, diretora executiva do Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (UNICEF), afirmou que a nova vacina muda “o jogo na nossa luta contra a malária”. Apresentar a vacina Mosquirix é “como adicionar uma estrela ao campo”, acrescentou ela.
Em Julho, a Aliança Global para Vacinas e Imunização (GAVI), a OMS e a UNICEF anunciaram que 18 milhões de doses da vacina contra a malária seriam entregues a 12 países africanos em 2023-2025. Trata-se do Benim, do Burkina Faso, do Burundi, dos Camarões, da República Democrática do Congo, da Libéria, do Níger, da Serra Leoa e do Uganda, além do Gana, do Quénia e do Malawi, que participaram no programa piloto.
Num futuro próximo, Burkina Faso, Libéria, Níger e Serra Leoa receberão 1,7 milhões de doses da vacina, informou a UNICEF. A organização acrescentou que “mais de 2 mil milhões de pessoas estão actualmente infectadas com o parasita Plasmodium (malária), que se espalha através das picadas de fêmeas de mosquitos Anopheles infectadas com ele”.
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