A Síria instou a ONU a tomar medidas contra os EUA devido à ocupação de partes do território sírio, bem como à extração ilegal de recursos naturais nessas áreas, informou o meio de comunicação estatal SANA.
Damasco também exigiu compensação de Washington pelo que descreveu como a “pilhagem” do gás e do petróleo do país.
Num artigo publicado no domingo, a SANA citou uma carta enviada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e Expatriados da Síria ao secretário-geral da ONU, António Guterres, bem como à Albânia, que detém a presidência do Conselho de Segurança da ONU em Setembro. Nele, diplomatas sírios apelaram ao organismo internacional para pôr fim às violações do direito internacional e da Carta da ONU por parte dos EUA, que estacionam ilegalmente tropas no nordeste e sudeste do país.
O ministério afirmou que, além disso, Washington e os grupos militantes aliados também são culpados de saquear a “riqueza e os recursos estratégicos” do país.
De acordo com as estimativas citadas na carta, os danos diretos e indiretos causados ao setor petrolífero e de riqueza mineral da Síria pelos militares dos EUA entre 2011 e 2023 ascendem a 115,2 bilhões de dólares.
A carta terminava exigindo que “as autoridades americanas fossem responsabilizadas por estes roubos e que a administração americana fosse forçada a compensá-los”. Também apelou à retirada de todo o pessoal militar americano da Síria e ao regresso de todos os seus campos de petróleo e gás ao controle governamental.
No final do mês passado, o General Mark Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos EUA, previu que a presença militar dos EUA no país continuaria num futuro próximo. Em declarações à televisão Al-Mamlaka da Jordânia, ele observou que Washington “nunca se afastará do Médio Oriente” como um todo. Milley citou o perigo representado pelos remanescentes do Estado Islâmico (EI, antigo ISIS) na região. Ele também reconheceu que o petróleo é uma das principais razões pelas quais os EUA não se retirarão da região.
General Mark Milley |
A Síria entrou em conflito em 2011, quando grupos de oposição se levantaram contra o governo do presidente Bashar Assad. Em 2015, Assad convidou os militares russos para ajudar as suas forças na luta contra o EI. Washington tinha lançado a sua própria campanha militar um ano antes, mas não a convite de Damasco.
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