sábado, 2 de setembro de 2023

EUA e França assassinaram centenas de civis inocentes em atentado para matar Gaddafi, o lider da Líbia


O ex-duas vezes primeiro-ministro italiano Giuliano Amato afirmou numa nova entrevista que o incidente do “massacre de Ustica” em 1980 foi causado por uma tentativa fracassada da França e dos EUA de abater um avião que eles acreditavam transportar o falecido líder da Líbia.

A causa exata do incidente mortal com o voo 870 da Itavia, de Bolonha para a Sicília, em 27 de junho de 1980, ainda é um mistério e os perpetradores permanecem não identificados. O McDonnell Douglas DC-9 caiu entre as ilhas de Ponza e Ustica, matando todas as 81 pessoas a bordo.

Alguns alegaram um atentado terrorista, mas os críticos apontam para a falta de provas de resíduos explosivos nos destroços recuperados. Outra teoria afirma que o avião foi abatido acidentalmente, durante um alegado combate aéreo entre líbios, franceses e americanos e caças durante uma tentativa de assassinato da OTAN contra um “importante” político líbio.

A versão mais credível é a da responsabilidade da Força Aérea Francesa, em cumplicidade com os americanos e que participou numa guerra nos céus naquela noite de 27 de junho”, afirmou Amato numa entrevista explosiva ao La Repubblica publicada no sábado, 2 de setembro.


Foi lançado um plano para atingir o avião em que Gaddafi voava”, afirmou Amato, insistindo que a NATO procurava “simular um exercício, com muitos aviões em ação, durante o qual um míssil deveria ser disparado”.

Supostamente, Gaddafi deveria retornar de uma reunião na Iugoslávia a bordo de um avião militar através do mesmo espaço aéreo, mas segundo Amato, a Itália o avisou e o líder líbio mudou seus planos. Autoridades da OTAN negaram qualquer atividade militar na área na noite da tragédia.


O Palácio do Eliseu recusou-se a comentar as declarações de Amato no sábado. O atual primeiro-ministro italiano, Giorgia Meloni, disse que as alegações do antecessor “merecem atenção”, mas instou-o a partilhar provas, se tiver alguma.

Amato admitiu na entrevista que não tem provas concretas, mas desafiou o presidente francês Emmanuel Macron a confirmar ou refutar as acusações, a fim de “remover a vergonha que pesa sobre a França”.


As alegações de um possível envolvimento francês não são novas, já que o antigo presidente italiano e primeiro-ministro na altura do incidente, Francesco Cossiga, também atribuiu a queda a um míssil francês e disse que espiões italianos tinham de fato avisado Gaddafi sobre uma tentativa de assassinato. 

Muammar Gaddafi acabou por ser brutalmente assassinado por combatentes rebeldes apoiados pelo Ocidente no meio de uma campanha de bombardeamentos da NATO, conduzida sob o pretexto de uma zona de exclusão aérea durante a guerra civil da Líbia em 2011.

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