A Argentina fez o último pagamento de seu empréstimo de US$ 44 bilhões ao Fundo Monetário Internacional usando seu estoque de Direitos Especiais de Saque (SDR ou DES) e o yuan chinês, segundo o Ministério da Economia. Os DES são um ativo dentro do FMI criado para complementar as reservas oficiais dos países.
Segundo a porta-voz do governo, Gabriela Cerruti, o pagamento foi feito sem recorrer às reservas de dólares do Banco Central.
“Dessa forma, cumprimos o que acertamos com o Fundo e, ao mesmo tempo, não utilizamos reservas [internacionais], nem colocamos em risco as reservas do Banco Central”, disse Cerruti em entrevista coletiva.
Segundo a Bloomberg, para o pagamento de US$ 2,7 bilhões, o país usou US$ 1 bilhão em yuans de uma linha de troca cambial com a China e US$ 1,7 bilhão em SDRs.
“As autoridades argentinas continuam cumprindo suas obrigações financeiras com o Fundo”, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em comunicado na sexta-feira, 30 de junho.
A posição do dólar da Argentina está precária há algum tempo, pois os problemas econômicos internos esgotaram as reservas em dólares do país, que estão em seu nível mais baixo desde 2016.
Enquanto isso, o país tem se voltado cada vez mais para o yuan como meio de pagamento alternativo. No início deste ano, a Argentina renovou um acordo de swap cambial com a China por 130 bilhões de yuans (cerca de US$ 18 bilhões), o que tornou a moeda chinesa livremente disponível no país. No mês passado, o banco central da Argentina também anunciou sua intenção de permitir que os bancos comerciais do país abram contas de clientes em yuan para incentivar as empresas locais a fazer pagamentos no exterior na moeda chinesa. De acordo com um comunicado publicado no site do regulador, ele também se comprometeu a aumentar suas vendas de yuans para financiar as importações.
Em abril, o ministro da Economia, Sergio Massa, anunciou que a Argentina pretende pagar a maior parte de suas importações mensais da China em yuan, em vez de dólares americanos. A China é atualmente o segundo maior parceiro comercial da Argentina depois do Brasil, que também abandonou o uso do dólar que seu vizinho da América do Sul. O Brasil é o maior destino das exportações argentinas.
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