"Estamos numa encruzilhada. Podemos seguir o caminho atual - num perigoso 'novo normal' - e rumar, como sonâmbulos, para um futuro distópico. Ou podemos acordar e mudar o curso das coisas para o nosso bem, para a humanidade e o planeta", declarou Türk, no início da 57ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Num mundo abalado por conflitos, Türk afirmou que “os Estados não devem, nem podem, aceitar o incumprimento flagrante do direito internacional”.
“A nova normalidade do mundo”, comentou ele, “não pode ser uma escalada militar implacável e interminável e métodos de guerra, controle e repressão cada vez mais horríveis e tecnologicamente avançados”.
Türk também emitiu um alerta contra a “disseminação desenfreada da desinformação, que sufoca os factos e a capacidade de tomar decisões livres e informadas”.
O Alto Comissário apelou ainda aos cidadãos para que permaneçam “vigilantes” na eleição dos seus líderes, num ano recorde de eleições em todo o mundo.
“Com algumas eleições já realizadas e outras ainda por realizar este ano, peço a todos os eleitores que tenham em mente as questões que mais lhes interessam”, disse ele.
“Desconfie de vozes estridentes, de caras fortes que jogam brilho nos nossos olhos, oferecendo soluções ilusórias que negam a realidade”, observou.
“Saiba que quando um grupo é apontado como bode expiatório para os males da sociedade, um dia você poderá ser o próximo”, acrescentou.
Apesar desta perspectiva sombria, o Alto Comissário da ONU afirmou que “podemos e devemos seguir outro caminho”, “guiados pelos direitos humanos e pelos valores universais”.
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