O estranho presidente argentino, Javier Milei, lançou este sábado o seu partido político nacional, com o qual, garantiu, vencerá as eleições legislativas intercalares de 2025 para ganhar o poder no Congresso, onde tem minoria.
Num evento no Parque Lezama, no centro de Buenos Aires, Milei, um aventureiro na política que assumiu a presidência em dezembro, apontou contra o “establishment” político que chama de “casta” contra os pobres e contra os jornalistas comunistas, a quem os chamou de “casta de pedaços seco e duro de excremento” e “corrompidos”.
“Formamos o partido nacional”, anunciou Milei eufóricamente diante de milhares de seguidores e de grande parte de seu gabinete. “Daqui para a frente só vamos ter boas notícias e em 2025 vamos ter um revés eleitoral”, acrescentou, referindo-se às eleições legislativas do próximo ano.
Atualmente o partido de Milei, La Libertad Avanza, tem minoria em ambas as câmaras do Congresso, o que dificulta a aprovação de leis que considera fundamentais para governar.
O evento, em que o presidente iniciou o seu discurso dizendo “olá a todos, eu sou o leão” e terminou declarando que este é “o melhor governo da história que vai afundar os populistas”, fez lembrar os comícios políticos dos tradicionais festas da Argentina, com presença de bandeiras, tambores e canções.
De qualquer forma, tinha a particularidade de mostrar seguidores vestidos de leões e outros empunhando motosserras de papelão, ferramenta utilizada por Milei durante a campanha como forma de ilustrar seus planos de diminuir o tamanho do Estado.
Desde que assumiu o poder, o governo de Milei tem levado a cabo uma dura campanha de austeridade, cortando milhares de milhões de dólares em gastos como parte de um plano de “défice zero” para recuperar uma economia em dificuldades.
“No espaço de sete meses, fizemos um ajuste fiscal de mais de 15 pontos do PIB e assim evitamos a pior crise da história argentina”, disse Milei, um economista que se autodenomina “anarcocapitalista”.
O lançamento do partido a nível nacional ocorre dias depois da divulgação dos dados oficiais sobre a pobreza do primeiro semestre do ano, que mostraram que quase 53% dos argentinos são pobres, um aumento em relação aos 41,7% registados no semestre anterior, num contexto de inflação de 236 por cento em termos anuais, uma das mais elevadas do mundo.
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