A mera lembrança de um panorama, minha aguçada memória encontra uma "deslição". As lições da Dona Maria Aurora, mandavam sempre ceder o assento nos coletivos para pessoas idosas e mulheres grávidas. No entanto, nos trens da alta paulista até a cidade de Panorama, ceder o lugar, conseguido depois de horas de filas, esperando pelo embarque na estação da Luz, significava fazer o resto da viagem, de quatorze horas, em pé, já que a senhora beneficiada do assento, revezava entre os seus. Então, você mesmo cedia o mesmo assento para uma outra pessoa e assim, iam vocês revezando durante a viagem.
Mas, falemos da visão dos panoramas, o panorama está turbo, não só pela fumaça das queimadas, quanto pela falta de perspectivas políticas, ops, as queimadas se inserem, justamente na inexistência das perspectivas políticas, já que as mesmas, são para das ações criminosas do "costumeiro" modus operantes da extrema direita.
Se a extrema direita tem como aliada de todas as horas, as fé dos ingênuos, alimentada sempre, por lideranças religiosas, que nunca tentaram aprender, "nem mesmo" compreender o que transparente nos textos bíblicos e, justamente por isto, fazem uma leitura, "potencializada" destas não leituras, que culminam, não só no "eclosão" de políticos "picaretas", como uma articulada resistência ao saber, algo que enfrentaria o des-saber.
Na extensa lista de des-saberes, há as negações às ciências, os descréditos nas vacinas, que provocam, entre outras coisas, o retorno de enfermidades, a muito superadas, além, de uma outra eclosão, a de doenças contagiosas, entre as estas, as transmitidas por insetos, e até, por roedores, já que as esquinas, são pontos de descarte irregular de luxo e entulho.
Se no panorama aberto aos olhos, em minha infância, não existiam serviços públicos, como os "eco-pontos", hoje os mesmos existem, mas são ignorados.
Como mudar este cenário, parece piada, mas, a uma das possíveis saídas, está justamente no resgate das funções familiares da família, para tal, aquela imagem, já ultrapassada, da mesa posta para o almoço de domingo, com a família reunida, sem uma TV ligada, sem o inexistente celular em todas as mãos, é o começo.
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