sexta-feira, 27 de setembro de 2024

TOMO MDCXVII - DESJUSTICAS


Ainda que exista muita injustiça, só que lá no fundo, o que existe mesmo é uma desjustiça, ou uma justiça que nasceu para ser injusta. 
Ainda que vivamos numa sociedade "TRI PARTITE", traduzindo: onde o poder político é dividido em três instâncias e todas; independentes, autônomas e harmônicas", tudo isto é  apenas teórico, já que, na verdade, tudo se estrutura pela desjustiça.

Em muitas das democracias, há aquilo que se chama parlamentarismo, onde é em linhas gerais, são os parlamentares quem administra o Estado. Já nos Estados presidencialistas, ou o executivo consegue maioria parlamentar, ou faz um governo de coalizão, em outras palavras, a tal independência, é uma enorme falácia.

Teoricamente, o poder judiciário é completamente independente, caso fôssemos cabalmente ingênuos, e acreditássemos nesta inexistente independência, imaginando que o sistema educacional permitisse as mesmas condições para a disputa dos concursos públicos, para que os "serventuários da justiça" representasse todos os seguimentos sociais, "em todas estruturas do judiciário" principalmente nos cargos de juiz e promotor. O segundo acusa e o primeiro julga.

Infelizmente, pelos privilégios advindos da estrutura econômica, que formam privilégios em todas as estruturas de poder, inclusive, ou principalmente no judiciário. Criando assim uma relação de corporativismo.

É exatamente neste corporativismo elitista, que o sistema judiciário, age para privilegiar os já privilegiados.

Poderíamos nos ater nesta crônica, na enorme quantidade de pessoas pertencentes às camadas excluídas, que lotam as penitências, por crimes, quais as elites, nem mesmo são abordadas, se aqui, a questão é do poder executivo, que executa leis aprovadas pelo legislativo, na prática, não há independência nenhuma. Quando o policial cumpre sua tarefa de forma isenta, e prende um morador de um bairro abastado, dependerá da ação de um delegado, "bacharel em direito", que passou por um concurso público, que é seletivo, que excluí boa parte das camadas sociais, que quando um excluído "fura a bolha" via de regra, está cooptado pelo pensamento burguês, então, já na parte executiva da estrutura judiciária, a justiça, está muito longe de ser justa.

Toda estrutura do poder se organiza a partir da apropriação das riquezas sociais, estas se organizaram historicamente numa estrutura de poder que se mantém a milênios, nos países onde houve escravização, lembremos, quem teve a seu dispor qualquer trabalhador sem ter de pagar salário, tem melhores condições de proporcionar uma educação melhor a seus descendentes que alguém que não possuiu tais privilégios. Imaginem então, esta relação com alguém, que na história, foi exatamente a mão-de-obra, que não recebeu pelos serviços prestados.

P.S. Mais de 70 dos aprisionados por porte, "porte", e não tráfico de entorpecentes, são descendentes das parcelas que foram mão-de-obra não remunerado, já as elites da política?

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