quarta-feira, 25 de setembro de 2024

TOMO MDCXV - REGISTRANDO HISTÓRIA DE MARGINAIS


Por muito tempo, tive dificuldade de compreender a expressão "literatura marginal", este muito tempo, foi antes de meu aprofundamento na militância, não a política, mas a cultural, então, estou falando dos anos setenta.
Ontem, os educandos da Associação Cantareira foram convidados a assistir o filme "ESCRITORES DA LIBERDADE", não temos a menor intenção de discutir o enredo, porém?
Há uma outra marginalidade, "que até é cultural", ou melhor, antropológica, melhor ainda, estrutural. Estamos falando da marginalidade política.
Muito provavelmente, assim como em minha família, você também deve ter aprendido duas coisas, a primeira é que gente boa, não se envolve em política, a segunda, que política, não é coisa para pobre.

O parágrafo acima, nos meus aprendizados, impediam a existência do partido dos trabalhadores, deve então confessar, que ajudei a construir esta partido.
Se nos meus aprendizados, o próprio partido dos trabalhadores, seria um partido marginal, porém, depois do Bolsonarismo, ops, olha que nem estamos falando do lamaçal, aqui a marginalidade, não se limita, à estar à margem da sociedade.

Sabemos que as elites, certamente, consideram estes dois agrupamentos políticos como marginais, porém, para nós, os excluídos, isto faz parte, da mais fina flor, desta sociedade excludente.
Estes dois agrupamentos políticos, reivindicam um estranho rótulo de anti-sistêmico, ainda que tudo que fizeram, foi aproveitar as brechas do sistema, para se dar bem, mas, não só. Além de "mamar" nas tetas do sistema, defendem uma organização social, que, prioritariamente, impede a mobilidade social, ou seja, uma sociedade excludente.

No entanto, quando falamos em marginalidade, "o lamaçal", além de uma condenação, por fraude bancária, demonstra um comportamento, muito próximo daquilo que a literatura, "não a marginal" atribui a criminalidade. Já o Bolsonarismo, consegue "juntar" tudo de pior desta sociedade, ah, inclusive, lideranças religiosas.

Falemos um pouco dos rótulos atribuídos ao partido dos trabalhadores, as condenações, no âmbito da "lava-jato", foram uma farsa, fazendo desta operação, uma grande farsa.

Assim, quem é acusado de ser marginal, olhem, o termo, não é circunstancial, não é o PT, mas justamente partidos radicais da extrema direita, justamente aqueles que defendem a fina flor de uma sociedade, que só existe pela exploração da parte social que vive a margem, vive à margem, porém, também, pela organização política, a verdadeira margem, está mesmo, é no centro da articulação política

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