Israel há muito que acusa a Al Jazeera, que continua a ser um dos poucos canais de notícias internacionais a ter correspondentes no terreno em Gaza, de mostrar notícias que causam preconceito contra ela e de informar diretamente militantes do Hamas. A emissora vem negando as acusações.
Netanyahu acessou o X (antigo Twitter) no domingo para anunciar o desenvolvimento, escrevendo que “o governo liderado por mim decidiu por unanimidade contra os antisemitas: o canal de incitamento Al Jazeera será fechado em Israel”.
Pouco depois disso, o Ministro das Comunicações de Israel, Shlomo Karhi, disse que havia assinado as ordens para restringir as operações da emissora, que entrariam em vigor imediatamente.
O hardware “usado para entregar o conteúdo do canal”, incluindo equipamentos de edição e roteamento, câmeras, laptops e alguns telefones celulares, será apreendido, escreveu Karhi no X.
A decisão do governo israelita está em linha com uma lei aprovada pelo parlamento do país, o Knesset, em Abril, que permite o encerramento temporário em Israel de emissoras consideradas uma ameaça à segurança nacional durante o conflito em Gaza. Pela legislação, a proibição exige recertificação a cada 45 dias.
O chefe da Al Jazeera em Israel e nos territórios palestinianos, Walid Omary, insistiu que a medida do gabinete de Netanyahu era “perigosa” e motivada apenas por considerações políticas. A equipe jurídica da emissora está preparando uma resposta à proibição, disse Omary à Reuters.
O correspondente da Al Jazeera em Gaza, Hani Mahmoud, disse que os palestinos estão encarando o encerramento do canal de notícias como “uma medida desesperada para impedir uma cobertura justa do que se passa no terreno” no enclave.
A Al Jazeera “documentou as atrocidades” e “atos que vão contra o direito internacional dos direitos humanos”, afirmou Mahmoud, acrescentando que isto era “algo que realmente não agradou ao governo israelita”.
O número de mortos nos ataques aéreos e na ofensiva terrestre de Israel em Gaza já atingiu 34.654 pessoas, enquanto outras 77.908 ficaram feridas, de acordo com o ministério da saúde do enclave palestino. A campanha foi lançada em resposta ao ataque transfronteiriço do Hamas a Israel, em 7 de Outubro.
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