quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Apartheid israelense


O tratamento dispensado aos palestinos na Cisjordânia ocupada faz de Israel um estado de apartheid, afirmou Tamir Pardo, ex-chefe da agência nacional de inteligência Mossad.

“Há aqui um estado de apartheid”, disse Pardo, que serviu como chefe da Mossad entre 2011 e 2016, numa entrevista à Associated Press, realizada na cidade costeira de Herzliya e publicada na quarta-feira, 6 de setembro.

Num território onde duas pessoas são julgadas sob dois sistemas jurídicos, isso é um estado de apartheid”, afirmou.


O apartheid foi um sistema de segregação racial institucionalizado na África do Sul entre 1948 e 1994, no qual a minoria branca tinha controle político completo sobre a população maioritariamente negra.

O ex-chefe do Mossad disse que os judeus israelenses podem viajar livremente por todo o país, exceto pela bloqueada Faixa de Gaza, enquanto os palestinos precisam de permissão para entrar em Israel e são forçados a passar por postos de controle dentro da Cisjordânia. O termo apartheid “não é extremo, é um fato”, acrescentou.


A Cisjordânia, um território sem litoral, está ocupada por Israel desde a Guerra Árabe-Israelense de 1967.

Pardo não disse se nutria tais opiniões sobre o tratamento dispensado por Israel aos palestinos quando estava no comando do Mossad.


No entanto, ele insistiu que, enquanto estava no cargo, instou repetidamente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a tomar uma decisão sobre as fronteiras de Israel.

O ex-chefe da espionagem alertou que a ocupação contínua da Cisjordânia cria o risco de destruição de Israel como um Estado judeu. “Israel precisa decidir o que quer. Um país que não tem fronteiras não tem fronteiras”, disse ele.


Em Julho, um estudo realizado pelo grupo de investigação Aspenai Online previu que os residentes árabes em Israel superarão o número de judeus nas próximas décadas, chamando-lhe uma “bomba demográfica” que faz cócegas.

O Partido Likud de Netanyahu atacou Pardo durante a sua entrevista, dizendo que “em vez de defender Israel e os militares israelitas, Pardo calunia Israel”. O ex-chefe do Mossad “deveria ter vergonha” de si mesmo, afirmou o partido em comunicado.


O tratamento dado por Israel aos palestinianos foi comparado ao apartheid em numerosas ocasiões, inclusive por grupos de direitos humanos, pela ONU e pela própria África do Sul. As autoridades israelitas afirmam que as suas populações judaica e árabe gozam de direitos iguais, ao mesmo tempo que atribuem as duras medidas de segurança na Cisjordânia à constante ameaça terrorista.

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