quinta-feira, 6 de julho de 2023

União Europeia e China se mordem por GNL dos EUA à medida que a escassez se aproxima


As empresas de energia da UE e da China estão correndo para garantir as remessas de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA em meio a uma possível escassez de oferta, informou o Financial Times na terça-feira, 4 de julho.

Nas últimas semanas, os exportadores de GNL dos EUA assinaram contratos de longo prazo com várias empresas europeias, bem como com a empresa privada chinesa de energia ENN. A alta demanda está impulsionando o investimento na infraestrutura de GNL dos Estados Unidos, mas pode levar de dois a três anos para colocar suprimentos adicionais totalmente online, escreveu o Financial Times.

A Agência Internacional de Energia (IEA) afirmou em março que a quantidade de nova capacidade de GNL chegando ao mercado global este ano seria “muito baixa”, enquanto a consultoria de energia S&P Global alertou que seria ainda menor do que a estimativa da IEA.

A demanda da UE por GNL disparou no ano passado após o início do conflito na Ucrânia e as sanções relacionadas contra a Rússia, que já foi o principal fornecedor de energia do bloco. A UE trocou o gás de gasoduto russo por remessas de GNL, principalmente dos EUA e do Catar, embora o frenesi de compra de gás do bloco tenha sido criticado por retirar suprimentos da Ásia.


A Europa e a China representaram juntas quase 40% dos contratos de fornecimento de GNL dos EUA acordados entre 2021 e o final de junho de 2023, informou o Financial Times, citando dados da S&P Global. A China assinou grandes volumes de GNL americano em 2021 e 2022, mas a demanda caiu no ano atual. Até agora, em 2023, nações europeias como França, Espanha e Reino Unido adquiriram mais gás dos EUA do que a China, observou o Financial Times.

Pequim começou a comprar mais gás da Rússia depois que o país redirecionou seus fluxos de energia para a Ásia após as sanções ocidentais. No ano passado, as entregas de gás gasoduto para a China através do gasoduto Power of Siberia aumentaram 49% em relação a 2021, enquanto as entregas de GNL aumentaram 35%, segundo dados oficiais. As duas nações também têm substituído ativamente o dólar americano por moedas nacionais em acordos bilaterais, de acordo com um esforço mais amplo entre as nações em desenvolvimento para abandonar a moeda americana e o euro no comércio.


Outros fornecedores também aceitam o yuan chinês para remessas de gás. Em maio, a China recebeu uma carga de GNL dos Emirados Árabes Unidos, com o acordo comercial sendo liquidado em yuan em vez do dólar tradicional.

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