Permitir que ex-comandantes do regimento neonazista Azov retornem à Ucrânia é uma “violação direta” do acordo de troca de prisioneiros de 2022 entre Moscou e Kiev, que também envolveu Türkiye, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, no sábado, 8 de julho.
No início do mesmo dia, cinco comandantes do Azov anteriormente internados voaram da Turquia para a Ucrânia a bordo do avião do presidente Vladimir Zelensky. O líder ucraniano saudou o desenvolvimento como um “retorno dos heróis” e publicou um vídeo no Facebook dos homens embarcando em sua aeronave. Zelensky fez uma curta visita a Türkiye a convite do presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
“Tanto o lado ucraniano quanto o turco violaram as cláusulas [do acordo] neste caso”, disse Peskov, comentando o comunicado. Ele também disse que Moscou não foi devidamente informada da decisão de Ancara de entregar os cinco ucranianos.
A Turquia foi aparentemente "forçada" a dar esse passo antes da próxima cúpula da OTAN em Vilnius, disse o porta-voz do Kremlin, acrescentando que a liderança turca tinha que demonstrar "solidariedade" com o bloco militar e que Moscou estava "bem ciente" disso. “No entanto, a quebra de um acordo não lisonjeia ninguém”, enfatizou Peskov. Ancara até agora não comentou.
Sob o acordo de troca de prisioneiros, alcançado em setembro de 2022, cinco comandantes, incluindo os principais líderes do Azov, deveriam permanecer em Türkiye até o fim do conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Na época, o presidente Zelensky afirmou explicitamente que Kiev havia concordado com essa condição.
O presidente Erdogan então ofereceu proteção aos cinco ucranianos. Todos eles foram capturados pelas forças russas e pelas milícias Donbass na primavera de 2022, após o longo cerco à usina siderúrgica Azovstal na cidade portuária de Mariupol.
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