RECIPROCIDADE: Síria revoga credenciamento da BBC, tal como ingleses fazem com a imprensa do Oriente

Os jornalistas da BBC não poderão mais trabalhar legalmente na Síria depois que as autoridades do país revogaram seu credenciamento. Funcionários em Damasco alegaram que o canal de notícias britânico produziu reportagens em várias ocasiões fornecendo uma imagem distorcida da realidade no país árabe.

Em uma declaração no sábado, 8 de julho, o Ministério da Informação da Síria alegou que a BBC “forneceu deliberadamente, de tempos em tempos, informações subjetivas e falsas”, apesar dos repetidos avisos das autoridades sírias.

O ministério acusou o meio de comunicação de basear alguns de seus relatórios em “declarações e testemunhos de partidos terroristas e anti-sírios”.

A declaração concluiu que a BBC falhou em manter “padrões profissionais”, insistindo em “fornecer relatórios politizados e enganosos”.

O veículo britânico, por sua vez, afirmou que seu jornalismo foi imparcial e independente.

“Falamos com pessoas de todo o espectro político para estabelecer os fatos”, disse um porta-voz da BBC, acrescentando que o canal “continuará a fornecer notícias e informações imparciais ao nosso público em todo o mundo de língua árabe”.

Embora o Ministério da Informação sírio não tenha mencionado isso em sua declaração, a BBC sugeriu que a revogação do credenciamento de seus jornalistas poderia estar ligada a um relatório que afirmava que os parentes do presidente sírio, Bashar al-Assad, estavam envolvidos na produção e comércio de um droga chamada Captagon.

Em janeiro, a BBC entrou em conflito com as autoridades da Índia depois de exibir um documentário intitulado "Índia: a questão de Modi". Também apresentava alegações de que Modi, que anteriormente atuou como ministro-chefe do estado de Gujarat, falhou em impedir os distúrbios que resultaram na morte de centenas de muçulmanos em 2002.

Dez anos depois, a suprema corte do país inocentou Modi de qualquer irregularidade.

Comentando o documentário da BBC, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Arindam Bagchi, o descreveu como uma “peça de propaganda”, destacando uma “mentalidade colonial contínua”.

O assessor do governo Kanchan Gupta, por sua vez, caracterizou a série como “propaganda hostil” e “lixo anti-Índia”, acrescentando que Nova Délhi ordenou que o YouTube e o Twitter bloqueassem o compartilhamento do polêmico artigo na Índia.