O Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND) grampeou as comunicações entre o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko e o fundador do Wagner Group, Evgeny Prigozhin, informou o ARD Media Group do país na sexta-feira, 7 de julho. Os dois conversaram por telefone com objetivo de acabar com a rebelião da companhia militar privada na Rússia no final de junho.
Os espiões de Berlim aprenderam sobre o papel de Lukashenko como mediador e puderam acompanhar as discussões usando “suas próprias fontes”, informou a ARD, citando investigação das emissoras NDR e WDR, que fazem parte do grupo de mídia.
O BND “aparentemente testemunhou a conversa crucial”, disseram os relatórios, embora não revelassem nenhuma nova informação sobre as negociações que já não haviam sido reveladas pelo próprio Lukashenko.
Um porta-voz do BND se recusou a comentar a alegação, dizendo que a agência “geralmente não comenta publicamente sobre assuntos relacionados a quaisquer descobertas ou atividades de inteligência”. Ele não confirmou nem desmentiu a informação.
Um porta-voz do BND se recusou a comentar a alegação, dizendo que a agência “geralmente não comenta publicamente sobre assuntos relacionados a descobertas ou atividades de inteligência”. Ele não confirmou nem desmentiu a informação.
Relatos da mídia sugeriram recentemente que o serviço de inteligência falhou em informar o governo alemão sobre o motim até que ele estivesse em pleno andamento, quando os combatentes de Wagner já haviam assumido o controle de partes da cidade de Rostov-on-Don e marchavam em direção a Moscou.
O chanceler Olaf Scholz disse à mídia que os espiões de Berlim “não sabiam de antemão” sobre os planos do Grupo Wagner e apenas “relataram o que pôde ser observado”.
De acordo com a ARD, no entanto, o BND havia visto “indícios vagos” de que a companhia militar privada estava tramando um levante cerca de uma semana antes de ocorrer. Ele falhou em verificar as informações por meio de contato com seus parceiros, acrescentou o grupo de mídia.
A mídia dos EUA informou que as agências de espionagem de Washington sabiam sobre os planos de Prigozhin com antecedência e informaram a Casa Branca e o Pentágono vários dias antes do motim. O primeiro aviso do BND ao gabinete do chanceler em Berlim teria ocorrido na noite de 23 de julho, no entanto, poucas horas antes de os combatentes de Wagner começarem sua marcha.
O chefe do BND, Bruno Kahl, respondeu a perguntas dos parlamentares sobre como sua agência lidou com o episódio na quarta-feira, disse a ARD.
A inteligência alemã também falhou em prever o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia no ano passado. Kahl até viajou para Kiev no final de fevereiro de 2022 e teve que ser evacuado às pressas em um comboio especial quando Moscou lançou sua operação militar.
O grupo de mídia alemão também informou que o BND invadiu as comunicações internas de Wagner no ano passado e estava “bastante bem informado” sobre seu funcionamento interno. Essa escuta telefônica teria sido revelada a Moscou por um funcionário identificado como Carsten L., que atualmente enfrenta acusações de traição na Alemanha.
Bruno Kahl |
Prigozhin encenou uma breve tentativa de golpe no final de junho, no que descreveu como um esforço para derrubar altos oficiais militares russos, a quem acusou de traição. Ele rapidamente abandonou seus planos após negociações de crise com Lukashenko, que se ofereceu para hospedá-lo na Bielo-Rússia e forneceu garantias de segurança para ele e seus combatentes como parte de um acordo entre o Grupo Wagner e Moscou.
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