Sou fã,
Como fã,
Sou cego,
Enquanto cego, por fanatismo,
Meu fanatismo, vira faniquito.
Meu cego faniquito,
Me faz fechar cegamente,
Com a cabalidade dos meus ídolos.
Sou fã,
Então, estou com o bozo,
Assim, meu eu bolzominin,
Está fechado com meu bozo,
Também, com a bozolóide Zambelli,
Estou fechado como as grades da cela.
Fechado e não abro,
Por décadas.
Anesino Sandice
Mas sei: esse meu estranho faniquito produz, nos outros tipos de fãs, um complexo paniquito.
A cegueira desses outros fãs se aproxima do sobrenatural. Pois, na lógica de um mundo lógico, não há lógica que explique alguém, com no mínimo dois neurônios, defender não apenas as inexistentes propostas do bozo, mas também a anulação de todas as evoluções humanas conquistadas em dois milênios.
Falamos de dois milênios porque essa cegueira tem tudo a ver com o cristianismo. É, no mínimo, estranho que venha de um campo que reivindica um radical cristianismo — um cristianismo algoz, que nega tudo aquilo que Cristo propôs, em nome do próprio Cristo.
Claro, isso passa pelo sequestro dos princípios cristãos pelo Império Romano.
E passa também pelos caminhos da humanidade nesses dois milênios. A negação desse Cristo retroage a humanidade a valores que já deveriam ter sido ultrapassados. Mas estavam apenas adormecidos.
Infelizmente, não estamos falando do escravagismo dos escravagistas, mas da perpetuação da condição dos escravizados.
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