"UMA BRUXINHA MIUDINHA"
Há, tantos istas,
Que são tão istas,
Que nunca perceberam,
Que este ista,
Vem de ismo "viver de forma de",
Tem ista, que é só por definição,
Uma definição midiática,
Ainda, assim, uma definição.
Mas, tem uns, ista,
Que na verdade verdade é,
Idiotista, quem insiste em viver, idiota.
Estes são os bolzominins,
Pagam dízimo, enriquecem pastor,
Só pelo direito de ser idiota.
Santo Semfé
Existe uma “bruxinha” bem pequenina, de quem sou fã. Não apenas por sua estatura física, que nunca cresceu, mas sobretudo porque seus poderes mágicos a tornam imensa.
Esta crônica, de número 2064, não é exatamente uma homenagem a essa “bruxinha”, mas sim ao movimento de pessoas — e às próprias pessoas — que transformaram um encontro quase casual em uma verdadeira fábrica de amizades. Refiro-me ao MOVA: Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos.
É evidente que listar nomes seria injusto, pois a lista ultrapassaria em muito os poderes da minha amiga miudinha. Nenhuma relação de nomes, por menor que fosse, poderia ser menor que ela.
Entre tantos, destaco Márcia Juvêncio, cujo nome batiza um movimento em memória da avó de Olívia. Márcia ainda hoje ergue as mãos em defesa do MOVA, junto à irmã Clara, que além de atuar no movimento, ajudou a organizar o plebiscito da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) — projeto que, na prática, deixaria a América do Sul de pires na mão, implorando por benesses dos irmãos ricos do Norte. Salve, irmã Clara. E, falando em irmãs, não posso deixar de mencionar a irmã Gabriela.
O MOVA nasceu quando um grupo de jovens, com o apoio do padre Ticão, procurou o então secretário municipal de educação da prefeita Luiza Erundina. Entre eles estavam Ionilton Aragão (sim, é nome mesmo), Adelino e Fábio. O secretário era ninguém menos que Paulo Freire.
Saímos da longínqua década de 1980 e entramos nos anos 1990, quando a Associação Cantareira passou a integrar o movimento.
Na coordenação, nomes como Janis, Alessandra, Cassia, Eliza, Carmen e Fernando — e fora da Cantareira, o Ton.
As conversas sempre desembocavam nas festas de encerramento de ano na casa da Fátima.
Ali, a dupla de “gnomos de jardim” — a miudinha e a cara da Luz — atuava como coordenadores da DRE (Delegacia Regional de Ensino).
Hoje, a turma da Associação Cantareira mantém doze salas. Mas, como qualquer movimento social, enfrenta um inimigo declarado: os pensamentos de direita. É nesse ponto que muitos “istas” se tornam direitistas, quando um pobre sem capital algum insiste em seguir os ditames do capitalismo. Quase sempre, esse impulso vem de uma estrutura religiosa a serviço do capetalismo — um serviço ao capeta. Nem mesmo os poderes da bruxinha modinha seriam capazes de superar tantas idiotices.
PS. Dedico esta crônica a todas as pessoas que, através da educação, lutam para superar as idiotices.

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