O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou hoje que é impossível falar de um sistema internacional capaz de prevenir injustiças enquanto Israel continuar bombardeando a Faixa de Gaza.
Israel atacou Gaza com armas cujo poder excede em 14 vezes o das utilizadas em Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial, denunciou o presidente durante um discurso na XVI Conferência de Embaixadores da Turquia, realizada em Ancara.
Ele criticou veementemente a atual ordem internacional, considerando que ela protege os poderosos e oprime os povos vulneráveis, gerando sistematicamente instabilidade, crises e injustiças.
Erdogan lembrou que o sistema global de governança e segurança que surgiu após a Segunda Guerra Mundial tinha como objetivo prevenir tragédias como genocídio, guerras e crimes contra a humanidade, mas enfatizou que seria errado afirmar que ele cumpriu essa missão.
O chefe de Estado turco observou que mais de 70.000 palestinos morreram em Gaza e mais de 170.000 ficaram feridos, enquanto milhares de corpos ainda permanecem sob os escombros.
Ele acrescentou que dezenas de milhares de crianças, que perderam suas famílias, casas e escolas, estão lutando para sobreviver em meio às ruínas, e as descreveu como "testemunhas vivas de um genocídio".
Erdogan especificou que a Faixa de Gaza, com uma área de apenas 365 quilômetros quadrados e uma população anterior de cerca de 2,3 milhões de habitantes, foi alvo do lançamento de mais de 200 mil toneladas de bombas pelo exército israelense.
“Como podemos falar, nessas circunstâncias, de um sistema internacional que funcione e previna injustiças? Como podemos confiar na atual estrutura de segurança e governança global?”, questionou o presidente.
Ele também enfatizou a urgência de iniciar a reconstrução de Gaza o mais rápido possível e garantiu que a Turquia continua a envidar intensos esforços diplomáticos e humanitários nesse sentido.
Desde outubro de 2023, Israel tem realizado uma ofensiva militar em larga escala contra a Faixa de Gaza, que resultou em dezenas de milhares de vítimas palestinas e devastação sem precedentes, apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo e respeito ao direito humanitário.

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