A “moeda estruturada” – Zimb Gold (ZiG) – será ancorada principalmente em reservas de ouro e moeda estrangeira, anunciou na sexta-feira o governador do Reserve Bank do Zimbábue, John Mushayavanhu, ao apresentar a declaração de política monetária do país para 2024.
Ele afirmou que o banco central também implementaria uma taxa de câmbio determinada pelo mercado.
“Se implementarmos essas medidas, esperamos que tenham impacto na inflação”, disse o governador.
O dólar do Zimbábue depreciou-se face ao dólar americano em todos os pregões deste ano e enfraqueceu 72%, tornando-se a segunda moeda com pior desempenho do mundo, informou a Bloomberg no final do mês passado. De acordo com a Agência Nacional de Estatísticas do Zimbábue, a taxa de inflação anual do país aumentou para um máximo de sete meses de 55,3% em Março, face a 47,6% em Fevereiro. O aumento dos custos dos alimentos e dos serviços públicos, incluindo a habitação, foram as principais fontes do aumento, informou a agência.
Na quarta-feira, o país sem litoral declarou estado de calamidade nacional, com o Presidente Emmerson Mnangagwa a afirmar que secas severas deixarão mais de 2,7 milhões de pessoas sem alimentos este ano.
Em Fevereiro, o Ministro das Finanças, Mthuli Ncube, afirmou que o governo estava considerando vincular a taxa de câmbio a ativos tangíveis, incluindo ouro, e estabelecer um conselho monetário.
O lançamento do ZiG ocorre quase um ano depois de o Banco Central do Zimbábue (RBZ) ter desafiado um aviso do FMI e introduzido uma moeda digital apoiada em ouro para transações peer-to-peer e peer-to-business. Em maio passado, o RBZ anunciou a venda de tokens digitais lastreados em ouro no valor de aproximadamente US$ 40 milhões como parte dos esforços para estabilizar o dólar do Zimbbábue.
O FMI alertou Harare que a emissão de tais tokens acarreta “riscos de estabilidade macroeconômica e financeira, riscos jurídicos e operacionais e riscos de governação” que devem ser cuidadosamente avaliados.
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