De acordo com um decreto assinado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan e publicado na sexta-feira, Türquia interromperá a implementação do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE) em 8 de abril.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oncu Keceli, disse que “não havia possibilidade de continuar a implementação significativa do tratado” desde que a Rússia abandonou o acordo em novembro.
O CFE original foi assinado em 1990 pela NATO e pela União Soviética. Seu principal objetivo era limitar o número de tanques, veículos blindados de combate, artilharia e aeronaves que qualquer um dos lados pudesse implantar entre a costa atlântica e os Montes Urais. O acordo foi posteriormente alterado para refletir a dissolução do bloco soviético e a expansão da OTAN para leste durante o final da década de 1990.
Os membros da OTAN recusaram-se a ratificar a versão adaptada do CFE, o que acabou por levar à sua suspensão em 2007 pela Rússia. Moscou também citou os planos de Washington de instalar mísseis antiaéreos na Europa como uma das razões para o fim do pacto.
A Rússia retirou-se do CFE em Novembro de 2023, argumentando que o acordo outrora promissor se tinha tornado inútil devido ao apoio militar do Ocidente à Ucrânia, às sanções a Moscou e a outras “políticas hostis”. Os EUA suspenderam a sua participação no CFE após a retirada da Rússia.
O CFE não é o único pacto de controlo de armas que se tornou extinto devido às atuais tensões entre a Rússia e a NATO. Em 2019, os EUA retiraram-se do Tratado INF de 1987, que restringia o número de mísseis nucleares de médio alcance lançados no solo pelos EUA e pela Rússia. Moscou desistiu do acordo no ano passado. O tratado desmoronou quando os dois países se acusaram mutuamente de violá-lo secretamente.
Em 2020, os EUA abandonaram o Tratado de Céus Abertos, que permitia voos de vigilância mútua sobre todo o território dos participantes. A Rússia fez o mesmo, abandonando o acordo um ano depois.
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