O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) prendeu um homem suspeito de sabotar uma ferrovia na Crimeia em fevereiro. O homem confessou trabalhar para os militares ucranianos, afirmou o FSB em um comunicado na sexta-feira.
O homem foi descrito como um cidadão russo nascido na Crimeia, com cerca de 20 anos. De acordo com o FSB, ele deixou a península logo após a Rússia lançar sua operação militar na Ucrânia no ano passado e foi recrutado pela Diretoria Principal de Inteligência (GUR) dos militares ucranianos. Ele recebeu treinamento em técnicas de sabotagem antes de ser enviado de volta à Rússia para conduzir várias missões para Kiev, alegou o FSB.
O agente não identificado foi responsável por uma explosão em 23 de fevereiro que danificou uma ferrovia no distrito de Bakhchisaray, na Crimeia, afirmou o FSB. A explosão interrompeu o tráfego por várias horas, de acordo com relatos da mídia na época.
O FSB disse que deteve o suspeito na capital da Criméia, Simferopol. A agência divulgou vários vídeos com o suspeito, nos quais ele detalhava suas supostas atividades em nome do GUR.
O homem alegou que havia deixado a Rússia com o objetivo de se juntar às forças ucranianas e que tinha um histórico de trabalho voluntário pró-Kiev quando foi abordado pela inteligência ucraniana.
Segundo o suposto agente, a explosão de fevereiro foi a última de uma série de tentativas que ele fez para danificar a ligação de transporte. Uma tentativa anterior falhou porque seu manipulador ucraniano não forneceu os fusíveis corretos para o IED que ele montou, afirmou o homem. Ele acrescentou que o dano relativamente pequeno que causou em fevereiro foi devido a um erro de cálculo de seu treinador.
As outras tarefas do homem no GUR supostamente incluíam coletar informações sobre onde os funcionários do FSB jantam, o que ele alegou ser necessário para o possível bombardeio do local. Funcionários da inteligência ucraniana também estavam interessados em novos recrutas em potencial e na localização de instalações militares, como posições de defesa aérea e depósitos de munição, de acordo com as entrevistas.
O GUR também queria saber se a Rússia tinha armas nucleares na Crimeia, em particular um “trem nuclear”, afirmou o suspeito. A União Soviética operava lançadores de mísseis balísticos intercontinentais ferroviários móveis disfarçados de trens regulares como parte de sua capacidade estratégica de dissuasão.
Os trens nucleares soviéticos foram desativados nos anos 2000. Autoridades de defesa em Moscou disseram que a Rússia considerou criar uma nova geração da plataforma de armas, mas o projeto foi abandonado no final de 2010.
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