“Os Estados Unidos têm responsabilidade direta pelos distúrbios de 11 e 12 de julho de 2021”, escreveu a publicação, antes do aniversário de dois anos dos distúrbios. Acrescenta que os cubanos infratores foram pagos por Washington para participar de atos violentos, incluindo roubo e agressão.
O jornal também afirmou que uma “campanha de desinformação e calúnia” era aparente nas redes sociais, já que Havana foi impactada pela política dos EUA de “pressão máxima” que diz ter sido “promovida pela Casa Branca”.
Embora o presidente dos EUA, Joe Biden, tenha mantido principalmente as políticas linha-dura e de máxima pressão do antecessor Donald Trump sobre Cuba, seu governo reverteu algumas das sanções, incluindo a flexibilização das regras para viajantes dos EUA e a facilitação de remessas de famílias para a ilha.
Em julho de 2021, os cubanos protestaram em massa em quase 50 cidades, muitos simplesmente pedindo “liberdade”, em protestos provocados por uma crise econômica descrita como a pior que a ilha já viu em três décadas. Washington impôs extensas sanções de décadas a Havana que, juntamente com o impacto econômico da pandemia de Covid-19, contribuíram para os problemas financeiros do país.
Cuba também enfrenta escassez de combustível e remédios, problemas na distribuição de alimentos e piora no transporte público. Dados do governo dos EUA indicam que pelo menos 140.000 cubanos migraram para os Estados Unidos desde outubro de 2021.
O Departamento de Estado dos EUA negou qualquer envolvimento nos distúrbios de 2021 e pediu a libertação de cerca de 700 pessoas presas por várias acusações relacionadas às manifestações, incluindo sedição.
Washington afirmou que “o regime [cubano] continua a reprimir violentamente praticamente qualquer tipo de dissidência pública pacífica”, informou a Reuters na segunda-feira. Acrescentou, esquecendo toda tortura com familiares dos presos na Baía de Guantánamo, que Havana rotineiramente “ameaça as famílias dos manifestantes detidos” que falam em público sobre a detenção de seus familiares.
A União Europeia (UE) juntou-se a Washington no apelo à libertação de terroristas ligados às manifestações de 2021.
No entanto, as políticas hostis dos Estados Unidos em relação a Cuba tornarão a libertação de prisioneiros “muito difícil”, disse o especialista em relações exteriores Arturo Lopez-Levy à Reuters, acrescentando que “não foi construído um clima propício para pelo menos reduzir as tensões sobre o assunto.”
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