Cidadão Kane, um trabalho fantástico de Orson Welles que ganhou uma versão "brasileira", cinematográfica, para discutir o papel da (mérdia) "rede globo" no cenário das primeiras eleições presidenciais pós ditadura!
Quando, falamos do papel da rede de TV, iniciada, enquanto rede, exatamente um ano e um mês, depois do golpe de sessenta e quatro, dois anos antes, havia em São Paulo, um jornal praticamente falido, que com seu apoio, "não só jornalístico" para ditadura, se constituiu numa potência empresarial, já nos anos sessenta, quando, nossa única possibilidade de demarcar posição, era "pichar" muros e viadutos, sempre escrevo de nossos medos das veraneios cinza escuro, mas, havia um outro tipo de veículo, que causava os mesmos medos, eram as peruas da folha de S. Paulo.
Poderíamos destinar diversas de nossas crônicas, para falar da luta do metalúrgico Neto, em relatar o papel de diversas empresas no apoio logístico ao movimento político, que além, ou para, deixar nosso país "literalmente de quatro" para o império do mal, cassou direitos, prendeu, torturou, executou e exilou brasileiros. Nossa conversa, não têm os exaltivos trabalhos do nosso amigo Neto,
Valho-me das pesquisas da professora Ana Paula Goulart, da UFRJ, que deve se tornar num novo documentário, "CIDADÃO KANE", Para comentar um fato que sempre foi largamente conhecido: a demissão, por justa causa, abandono de emprego, da jornalista Rose Nogueira.
Na versão divulgada pelo empresa folha de São Paulo, ela teria dado a luz, no mês de junho, quando na verdade, deu a luz no dia "30/09/69", e estava presa nas dependência do "DÓI-CODI", órgão de repressão da ditadura, assim, com a data no parto antecipada, a empresa jornalística, encontrou a facciosa versão, para a demissão por justa causa.
Neste, não estranho, e muito longe de ser o único caso de empresa que emprestava suas estruturas para a ditadura militar, segundo a pesquisadora, na alta cúpula da empresa, havia um deletado da repressão no cargo de diretor de patrimônio, entre outros absurdos, quais, não darei spoiler, para que vocês fiquem curiosos e não deixem de ver o documentário.
A razão de nossa escrita, é basicamente lembrar dos riscos de não ter responsabilizado os protagonistas de uma sangria deslavada contra nossa pátria, que foi o golpe de sessenta e quatro e, justamente por não haver responsabilização, que aconteceram, não só os golpes de "dezesseis e dezoito" mas exatamente o continuo poder político destes grupos, não só empresariamente falando, mas, politicamente, já que estes grupos, mandam e desmandam nas estruturas parlamentares, policiais e judiciária. Para que haja um basta, precisamos dar um basta na impunidade.
Escrevo este texto, exatamente na véspera da tentativa de explodirem um caminhão de querosene de aviação no aeroporto de Brasília, um ato continuo do não reconhecimento da derrota do inelegível, que culminaria "nas orações dentro das sedes dos três poderes" o culminaria aqui, é que além de não haver oração, as atividades golpistas não casaram aí.
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