segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Colômbia e Equador planejam interconexão elétrica regional

Os presidentes do Equador e da Colômbia abordaram no domingo a necessidade de interligação energética regional, numa altura em que o Equador enfrenta uma grave crise eléctrica com apagões prolongados que duram até 14 horas por dia.
No âmbito de uma reunião nas Ilhas Galápagos, o presidente Daniel Noboa agradeceu ao seu homólogo colombiano Gustavo Petro pela decisão de “apoiar-nos em tempos difíceis”. Admitiu que a crise energética se deve ao “abandono nos últimos anos e à falta de manutenção do nosso parque termelétrico”, bem como a uma seca histórica que impactou as principais hidrelétricas.

A Colômbia fornece 420 megawatts ao sistema interligado do Equador, o que contribuiu para a redução dos tempos de apagão, segundo as autoridades.

Para Noboa, a crise deixou uma “lição importante sobre como nós, como região, devemos estar interligados em questões energéticas, como devemos compreender que as necessidades e a compatibilidade das nossas nações serão sempre maiores do que com outras potências e se juntos seremos um poder imbatível.”


Os países da região têm enfrentado os efeitos das mudanças climáticas, que, por um lado, provocam inundações e, ao mesmo tempo, secas, afirmou o presidente equatoriano.

Petro, por sua vez, referiu-se às consequências de um sistema de produção que coloca em risco a vida natural e afeta especialmente os países do sul.

As tensões políticas e sociais serão imensas, mas a América Latina tem de se unir para ter uma voz comum no mundo”, disse o presidente colombiano e descreveu a região como uma “potência mundial da vida devido à sua diversidade natural e humana”.

Petro disse que também falaram sobre o combate ao tráfico de drogas na fronteira comum de cerca de 640 quilómetros, onde na sua opinião “opera cada vez mais uma empresa multinacional e não um cartel local”. Acrescentou que foi decidido estabelecer uma mesa dos ministérios da Defesa dos dois países para adotar ações conjuntas.
Apesar das distâncias ideológicas, Petro – o primeiro presidente colombiano de esquerda – e Noboa – um empresário neoliberal conservador milionário – procuraram promover a relação entre as duas nações e realizaram pelo menos três reuniões. A primeira foi durante a posse de Noboa, em novembro de 2023, e a segunda, em outubro, no âmbito da cúpula ambiental COP 16, na cidade colombiana de Medellín.

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