sábado, 14 de dezembro de 2024

General candidato a Vice de Bolsonaro é preso por tentativa de golpe de Estado

A polícia brasileira deteve este sábado o ex-ministro da Defesa do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro por “dirigir” uma tentativa de golpe que contemplava o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por tentar obstruir as investigações.

O general Walter Braga Netto foi ministro, amigo pessoal e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro de 2022, que perdeu para Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Sua prisão foi ordenada pelo juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela “gravíssima participação” do general na trama golpista “em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que agiu, repetidas vezes para dificultar as investigações”.

Braga Netto foi preso”, confirmou à AFP fonte da Polícia Federal (PF). Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão contra o general e um assessor, coronel Flávio Botelho Peregrino.

No final de novembro, a PF recomendou o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), 69, e vários de seus associados por suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Lula após sua vitória eleitoral.

Entre esses aliados estava Braga Netto, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, considerado um inveterado e discreto apoiador de Bolsonaro.

Braga Netto disse então na rede social

"Sacola de vinho"

A investigação encontrou “fortes indícios e provas substanciais” de que Braga Netto atuou no “planejamento e financiamento de um golpe de Estado (...) que presumiu, na visão dos investigados (...) o possível assassinato” de Lula e Alckmin, disse o magistrado em sua decisão.

O general teria dado aos demais envolvidos dinheiro guardado “em um saco de vinho” para a “condução da operação”.

Como figura de alto escalão das Forças Armadas, Braga Netto teve uma “participação ativa” na tentativa de pressionar os comandantes das Forças Armadas brasileiras “a aderirem à tentativa de golpe”, segundo a investigação.

Posteriormente, ele teria agido para obter informações sob sigilo judicial sobre a investigação e pressionar para que “a participação dos investigados não fosse totalmente revelada”.

O próprio juiz Moraes, que lidera diversas investigações contra Bolsonaro e sua comitiva, seria vítima de ações de vigilância e planos dos envolvidos para sequestrá-lo e assassiná-lo, segundo as investigações.

A PF determinou que os 37 identificados sejam processados ​​pelos “crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa”.

A investigação policial, que recolheu provas durante dois anos, está condensada num documento de mais de 800 páginas, agora nas mãos da Procuradoria-Geral da República, que deve decidir se acusa criminalmente Bolsonaro e os seus aliados.

Braga Netto já havia sido alvo de operação policial em fevereiro no âmbito dessa mesma investigação, mas não foi preso na época.

Manuscrito

Bolsonaro é acusado de ter “plena consciência e participação ativa” na suposta trama golpista frustrada para impedir a posse de Lula, segundo a PF.

A extrema direita também teria “pleno conhecimento” do suposto esquema para matar Lula, Alckmin e Moraes.

O plano denominado “Adaga Verde e Amarela” teria sido discutido na casa do general Braga Netto. Foi impresso no Palácio do Planalto, sede da presidência brasileira, segundo pesquisadores.

Entre as provas colhidas pela PF está também um manuscrito com anotações sobre o plano golpista encontrado na sede do Partido Liberal de Bolsonaro, entre pertences de um assessor de Braga Netto.

Sob o título “Operação 142”, o documento menciona alternativas como “interrupção do processo de transição”, “anulação de eleições” e “prorrogação de mandatos”.

Embora o golpe de Estado não tenha ocorrido, no dia 8 de janeiro de 2023, poucos dias após a posse de Lula, milhares de apoiadores de Bolsonaro atacaram e vandalizaram as sedes da Presidência, do Supremo Tribunal e do Congresso em Brasília.

Bolsonaro, que dias antes havia viajado para os Estados Unidos, é alvo de outra investigação para determinar se ele instigou esses tumultos.

Braga Netto ingressou no governo Bolsonaro em fevereiro de 2020 como ministro da Casa Civil, braço direito do presidente.

Em março de 2021, logo após ser nomeado Ministro da Defesa, causou um grande escândalo ao dizer que o golpe militar de 1964, que deu início a um dos governos ditatoriais mais criminosos e brutais da América do Sul,  deveria ser “celebrado” como um “movimento” que permitiu a “pacificação” do país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

SBP em pauta

DESTAQUE

COMO A MÍDIA MUNDIAL ESTÁ DIVULGANDO HISTÓRIAS FALSAS SOBRE A PALESTINA

PROPAGANDA BLITZ: HOW MAINSTREAM MEDIA IS PUSHING FAKE PALESTINE STORIES Depois que o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel, as forç...

Vale a pena aproveitar esse Super Batepapo

Super Bate Papo ao Vivo

Streams Anteriores

SEMPRE NA RODA DO SBP

Arquivo do blog