domingo, 3 de dezembro de 2023

Concurso de Miss Nicarágua é usado para tentar dar golpe na Nicaragua

 A polícia da Nicarágua acusou a proprietária da franquia Miss Universo do país de fraudar um concurso de beleza para garantir que uma ativista antigovernamental pudesse vencer o que as autoridades afirmam ser parte de uma conspiração para derrubar o governo do país centro-americano.

A polícia disse em comunicado na sexta-feira que Karen Celebertti, diretora do evento Miss Nicarágua, se envolveu em uma conspiração destinada a derrubar o establishment político ao selecionar um crítico do governo como vencedor para avançar para o concurso Miss Universo.

A atual Miss Nicarágua, Sheynnis Palacios, foi coroada no mês passado como Miss Universo na 72ª edição do evento, desta vez realizada em El Salvador. A comunicóloga de 23 anos derrotou 83 outras rainhas da beleza para reivindicar o prêmio, triunfando após vários eventos, incluindo entrevistas detalhadas e modelos de vestidos de noite e trajes de banho.

A vitória de Palacios foi rapidamente saudada pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que disse que a sua vitória trouxe “alegria e orgulho legítimos” à nação. No entanto, a celebração durou pouco depois de se saber que Palacios tinha participado em protestos antigovernamentais em massa em 2018.

Autoridades de direitos humanos afirmam que as forças governamentais mataram cerca de 355 pessoas nas manifestações, que o governo de Ortega alegou serem parte de uma tentativa de golpe apoiada por interesses estrangeiros. Os seus críticos, porém, disseram que os protestos foram uma resposta ao que alegaram ser a governação autocrática do presidente e o seu domínio alargado sobre o país. Ortega está no poder desde 2007.

De acordo com as autoridades nicaragüenses, Celebertti orquestrou a coroação de Palacios como Miss Nicarágua para “transformar os concursos em armadilhas e emboscadas políticas, financiadas por agentes estrangeiros”. A Polícia Nacional afirmou ainda que Celebertti já havia “participado ativamente, na internet e nas ruas, nas ações terroristas de um golpe fracassado”.

A polícia acrescentou que ela, o marido e o filho enfrentam acusações de “traição à pátria”.

A vitória de Palacios foi amplamente celebrada nas ruas da Nicarágua, onde os protestos públicos foram proibidos desde os acontecimentos de 2018. A polícia afirma que os organizadores do concurso tentaram organizar mais protestos antigovernamentais.

Palacios – a primeira nicaraguense a usar a coroa de Miss Universo – ainda não comentou a situação, mas não regressou ao país desde a sua vitória e agora reside em Nova Iorque e foi vista passeando no Central Park acompanhada por autoridades políticas americanas.

Celebertti foi impedida de entrar na Nicarágua em outubro, enquanto seu marido e filho estão atualmente detidos no país, disse a Reuters. A agência de notícias também afirmou que não poderia entrar em contato com Celebertti para comentar o assunto.

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