domingo, 29 de outubro de 2023

Alemanha quer tornar-se mais ativa na África

A Alemanha quer investir mais na África. E prova disso é que nos próximos dias, tanto o chanceler alemão Olaf Scholz, como o Presidente Frank-Walter Steinmeier, viajam para o continente. 
Naquela que será a sua terceira viagem a África desde que assumiu o cargo, Scholz viaja, este domingo (29.10), para a Nigéria, seguindo depois para o Gana. Já o Presidente Steinmeier visitará, a partir de segunda-feira (20.10), a Tanzânia e a Zâmbia.

As viagens dos dois políticos antecedem a reunião de 20 de novembro que, reunirá em Berlim, vários países africanos e do G20.

Perspetivas econômicas


Na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia e com as crescentes tensões com a China, as empresas alemãs procuram cada vez mais novas oportunidades económicas nos países africanos.

Durante a sua última viagem a África, em maio deste ano, Scholz já havia dito em Adis Abeba, na Etiópia, que era chegado "o momento [da Alemanha] começar de novo as relações Norte-Sul”, o que, segundo ele, "tornaria possível desenvolver perspetivas conjuntas com os muitos países do Sul em pé de igualdade".


No ano passado, o Ministério do Desenvolvimento alemão prometeu 100 milhões de euros à Nigéria, durante um período de dois anos, para apoiar as pequenas e médias empresas, ajudar na agricultura, expandir o setor das energias renováveis e promover o emprego das mulheres.

Espera-se que Scholz dê seguimento a este compromisso durante as conversações com o Presidente Bola Tinubu.

Segurança regional em foco


Já em Acra, Olaf Scholz vai reunir-se com o Presidente Nana Akufo-Addo e também com o Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Touray, com quem deverá debater a atual situação no Níger.


Com uma "democracia estável há cerca de 30 anos", o Gana é considerado "o local de negócios mais seguro” nesta região da África Ocidental, explica à DW Burkhardt Hellemann, diretor da Câmara de Comércio Alemã no Gana.

"Muitas empresas alemãs escolheram o Gana porque também querem fazer negócios na região ou para a região, nomeadamente nos países vizinhos Togo, Benim, Costa do Marfim, Senegal, etc", explica.

Enquanto Scholz está na África Ocidental, o Presidente Frank-Walter Steinmeier dirige-se para o leste do continente para uma visita à Tanzânia. Algo que não é visto com surpresa por Maren Diale-Schellschmidt, diretora da Câmara de Comércio da Alemanha no Quénia.

"As condições de investimento para as empresas estrangeiras melhoraram significativamente desde que Samia Suluhu Hassan se tornou Presidente", diz.

Setores das infraestruturas, como os transportes e a energia, ou o setor da tecnologia ambiental são particularmente interessantes para a economia alemã, acrescenta Diale-Schellschmidt.

"As empresas alemãs começam a não estar ativas só no norte e no sul do continente africano. Estão também a abrir instalações na África Oriental e Ocidental, porque é importante estar no terreno e cuidar e observar estes mercados", nota.

Já X.N. Iraki, economista da Universidade de Nairobi, no Quénia, diz esperar que as conversações no âmbito da visita do Presidente alemão ao país incidam sobre mais investimento direto de Berlim nos setores dos minerais e agricultura, uma vez que, explica, estas "são áreas em que a Tanzânia precisa de muito investimento. Porque o país tem muitas terras agrícolas, muitos minerais, mas precisa de alguém que invista nesses setores".

A história colonial alemã



Para além disso, acrescenta o mesmo analista, a visita do Presidente Steinmeier poderá trazer avanços no que toca à reconciliação da Alemanha com a era colonial, uma vez que, diz, esta é uma tendência atual.

"[Os países] pagam indemnizações, pedem desculpa ou fazem as pazes com aqueles que sofreram com o domínio colonial”, disse X.N. Iraki à DW . "Talvez a Alemanha queira aceitar esta atrocidade histórica e a injustiça que muitos tanzanianos sofreram durante o período colonial".

O Presidente alemão deverá deslocar-se a Songea, no sul do país, para visitar os túmulos das vítimas da Rebelião Maji-Maji e encontrar-se com os seus descendentes das vítimas.

Depois da Tanzânia,  Steinmeier segue para a Zâmbia, naquela que será a primeira visita de Estado de um presidente alemão a este país.

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