sexta-feira, 20 de outubro de 2023

China vai construir uma enorme refinaria em Angola


Angola deverá assinar um contrato com a China National Chemical Engineering Co. (CNCEC) para a construção de uma fábrica de processamento de petróleo, há muito adiada, no município do Lobito, noticiou sexta-feira a Bloomberg.

A capacidade de processamento da refinaria do Lobito mantém-se nos 200 mil barris por dia e o custo estimado do investimento ronda os 6 bilhões de dólares”, anunciou Diamantino Azevedo, ministro dos Minerais e Petróleos, após uma reunião entre o Presidente de Angola, João Lourenço, e o Presidente do CNCEC, Wen Gang. 

A empresa petrolífera estatal angolana, Sonagol, suspendeu as obras de construção da fábrica de processamento de petróleo bruto do Lobito em Agosto de 2016. Em Novembro de 2017, a empresa anunciou que estava à procura de investidores para retomar a construção. Os investidores privados irão deter 70% das ações da fábrica, enquanto a Sonagol deterá os restantes 30%, disse a empresa na altura.

Nos termos do acordo, a CNCEC da China construirá e financiará a refinaria do Lobito, que deverá tornar-se um dos projectos de infra-estruturas mais significativos no sector energético de Angola.

Uma vez construída, a unidade de processamento permitiria ao país da África Austral tornar-se auto-suficiente em termos de combustíveis refinados, como gasolina, gasóleo e gás de petróleo liquefeito. Além disso, a refinaria permitirá a Angola exportar e fornecer combustível aos países vizinhos, especialmente à África do Sul.

BRICS

O esforço chinês em Angola é combinado com outras nações do BRICS. Por exemplo, Lula considerou que mais do que o 'upstream' (produção) haverá interesse por parte do Brasil em desenvolver a cooperação no setor petroquímico junto com a China em Angola.

Existem três projetos de refinarias em Angola – Lobito, Cabinda e Soyo – e estes têm ligação ao setor petroquímico, esta é também uma forma de exportar valor acrescentado de petróleo e gás, aí os especialistas em petróleo e gás vêem um enorme potencial para o Brasil em termos de parcerias, porque "o Brasil tem 'know how' e tecnologia", destacaram.

Um analista petrolífero angolano sublinhou que o Brasil tem muitas oportunidades internas em termos de produção, uma vez que a estatal brasileira de petróleo, a Petrobras, ao contrário da sua congénere, a Sonangol, opera a maior parte das concessões petrolíferas no Brasil e está produzindo mais de dois milhões de barris apenas no pré-sal.


A  Petrobras nunca procurou participar em concursos públicos para licitação de blocos petrolíferos de forma isolada”, disse, referindo-se à nova ronda de concursos que foi preparada em Setembro para exploração de petróleo nas bacias terrestres do Baixo Congo e o Kwanza.

O especialista considera que Angola pode promover o setor petrolífero, oferecendo melhores condições financeiras aos investidores que licitam e incentivos fiscais, menos burocracia e problemas na emissão de licenças e flexibilizando as regras sobre conteúdo local que "acabam por afugentar os investidores".

Para um representante governamental, as exportações de petróleo serão mais facilmente substituídas pelo agronegócio e pelo sector mineral, áreas que terão "um grande 'boom'" em Angola.

Por outro lado, a visita de Lula, em agosto, que está restabelecendo os laços africanos, especialmente com Angola, foi um novo sopro de vida para a Biocom – Companhia de Bioenergia de Angola.


Os brasileiros são muito bons em biocombustíveis e este pode ser mais um caminho para Angola também diversificar as exportações”, apontou o analista do governo.

A empresa, criada para desenvolver projetos de produção de açúcar, etanol e electricidade em que participam a Sonangol e o Estado através do Instituto de Gestão e Participação de Activos do Estado (IGAPE), está praticamente paralisada e tecnicamente falida.

Foram também abordadas as vantagens de Angola poder aderir aos BRICS, devido ao banco de desenvolvimento que se pretende criar, tema que também poderá estar na agenda dos dois presidentes.


O bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou a expansão a novos membros, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egipto, Irão e Etiópia que foram “convidados” a aderir.

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