O consumo de gás em todo o mundo aumentou a uma média anual de quase 2% desde 2011. No entanto, o crescimento irá cair para menos de 0,4% daqui até ao final da década, afirmaram especialistas da instituição com sede em Paris.
“A Era Dourada do Gás está chegando ao fim”, proclama a perspectiva.
De acordo com o relatório, os sectores da energia e dos edifícios já registaram picos na utilização de gás natural, com acréscimos para centrais eléctricas e caldeiras de aquecimento ambiente que enfrentam uma procura fraca. Estes dois setores estão entre os maiores consumidores de gás natural, representando 39% e 21% da procura total, respetivamente. A redução da utilização de gás natural é suficiente para fazer com que a procura global atinja o pico até 2030.
O ponto alto das adições de capacidade energética a gás natural ocorreu em 2002, quando ultrapassaram os 100 gigawatts (GW) e representaram cerca de 65% do total anual de adições de capacidade, de acordo com a AIE, que marcou a queda para menos de 30 GW em 2022.
No entanto, a capacidade instalada global de energia a gás natural continuou a expandir-se ao longo do tempo, apesar da desaceleração nas adições anuais, disse a agência, explicando que o gás neste aspecto difere do carvão, onde a capacidade instalada diminui no futuro.
“No entanto, a procura de gás natural no setor de energia diminui a partir de hoje até 2050, com uma queda particularmente forte na década de 2030, quando a co-combustão em centrais eléctricas a gás começa a ser implementada em grande escala”, lê-se no relatório.
A AIE destacou que, nas economias avançadas, a recuperação da procura de gás natural observada em 2021 não durou muito e caiu abaixo dos níveis pré-pandemia no ano seguinte.
De acordo com o relatório, a procura continuará a diminuir e, até 2030, isso irá mais do que compensar o crescimento contínuo nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento.
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