As autoridades locais marroquinas afirmaram num comunicado que dois dos feridos nas explosões ocorridas entre a noite de sábado e domingo estavam em estado crítico. Os incidentes – um no distrito ZAP, outro em Hay Essalam e mais dois no distrito industrial – também danificaram duas casas, acrescentaram.
“A polícia judiciária competente foi incumbida de realizar” uma investigação sobre a origem dos “disparos de projéteis contra zonas residenciais”, afirmaram também as autoridades judiciais num comunicado divulgado no domingo.
No entanto, Atalayar citou a Frente Polisario, apoiada pela Argélia, dizendo que “posições e trincheiras inimigas” nas regiões de Mahbas, Farsia e Smara sofreram pesadas perdas.
O Sahara Ocidental é uma antiga colónia espanhola que Marrocos anexou em 1975. A reivindicação de Rabat tem sido objecto de uma disputa contínua com o povo saharaui, liderado pela Frente Polisario, que travou uma luta pela independência até um frágil cessar-fogo mediado pela ONU em 1991.
Cerca de 80% do território está sob administração marroquina. O restante é controlado pela República Árabe Saharaui Democrática (RASD), parcialmente reconhecida. Foi criado em 1976 com o apoio da Argélia e desde então ganhou o reconhecimento de 46 dos 193 estados membros da ONU.
Embora o destino da região deva ser decidido por um referendo da ONU, as divergências sobre quem é elegível para votar frustraram o processo, resultando num regresso às hostilidades em 2020, o primeiro surto deste tipo em quase três décadas.
Em Julho, Israel reconheceu a soberania de Marrocos sobre o Sahara Ocidental, tornando-se o último país a fazê-lo depois dos EUA em 2020.
A mudança ocorreu depois que Rabat estabeleceu relações diplomáticas e comerciais plenas com Israel em dezembro de 2020, sob os Acordos de Abraham, apoiados pelos EUA.
Isto azedou a já tensa relação de Marrocos com o vizinho norte-africano, a Argélia, que há muito apoia a Frente Polisário, um movimento de independência liderado pela população indígena saharaui da região.
No mês passado, Amar Bendjama, representante permanente da Argélia na ONU, apelou ao reinício do referendo paralisado sobre o destino da antiga colónia espanhola, afirmando que os argelinos apoiavam as causas da justiça, da descolonização, da liberdade, da autodeterminação e dos direitos humanos.
Entretanto, Marrocos, que controla de facto a maior parte da região escassamente povoada e rica em fosfato, insistiu que a autonomia limitada é a melhor solução política que pode oferecer ao território.
De acordo com um plano de 2007 divulgado no ano passado, Rabat pretende transferir poderes administrativos, legislativos e judiciais para os residentes locais, mas o território manterá a bandeira e a moeda marroquinas. Marrocos também seria responsável pelas relações externas, segurança e defesa da região.
Na altura, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, saudou o plano marroquino, que a Polisario rejeitou, como “sério, credível e realista”.
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