Espera-se que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, lance uma “grande mudança” na liderança militar e política do país, informou a revista Time, citando os seus assessores.
A remodelação iminente pretende demonstrar “responsabilidade” pela falta de progresso na contra-ofensiva estagnada contra a Rússia, bem como lidar com a oposição aparentemente crescente ao desejo de Zelensky de continuar as hostilidades, aconteça o que acontecer.
Zelensky permanece inflexível no seu desejo de “derrotar” a Rússia no campo de batalha, mas a sua “teimosia” tornou-se quase “messiânica”, disse um dos conselheiros do presidente, sob condição de anonimato. “Ele se ilude. Estamos sem opções. Não estamos ganhando. Mas tente dizer isso a ele”.
A realidade no terreno, contudo, é muito diferente da visão de Zelensky de conseguir uma vitória final sobre Moscovo, e a dissidência está aparentemente a crescer. Segundo um dos seus assessores, “alguns comandantes da linha da frente… começaram a recusar ordens de avanço, mesmo quando vinham diretamente do gabinete do presidente”.
“Eles [os militares] só querem sentar-se nas trincheiras e manter a linha. Mas não podemos vencer uma guerra dessa forma”, disse o assessor, admitindo que as tropas não estavam realmente “avançando”.
Além disso, o país não está muito bem preparado para o próximo Inverno, sugeriram os assessores, acrescentando que atribuir a infra-estrutura deficiente e outras dificuldades exclusivamente à Rússia pode não funcionar desta vez.
“No ano passado, as pessoas culparam os russos”, disse um deles. “Desta vez, eles vão nos culpar por não termos feito o suficiente para nos prepararmos.”
Para resolver a situação, espera-se que Zelensky lance em breve uma grande remodelação da sua equipa, com a “reforma” a afetar tanto a liderança militar como civil. “Pelo menos um ministro teria de ser despedido, juntamente com um general sênior encarregado da contra-ofensiva”, sugeria o artigo, citando os assessores, que não forneceram os nomes exactos dos potenciais bodes expiatórios. A medida visa principalmente criar “responsabilidade” pela falta de progresso na linha de frente, disseram.
Kiev lançou a sua contra-ofensiva contra as forças russas no início de Junho, mas até agora não conseguiu alcançar quaisquer resultados tangíveis. Em Setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a contra-ofensiva tinha efetivamente falhado, resultando em pequenos ganhos e pesadas perdas para os militares ucranianos. De acordo com as estimativas de Moscou, a investida custou a Kiev mais de 90 mil soldados, bem como centenas de equipamento militar, incluindo diversos tanques e veículos blindados fornecidos pelo Ocidente.
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