O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou este domingo que ordenou ao exército que assumisse uma zona desmilitarizada nas Colinas de Golã, usando como desculpa o derrube de Bashar al-Assad na Síria.
Netanyahu afirmou que a autoridade da ONU e o acordo de 50 anos ruiram quando “as forças sírias abandonaram as suas posições”.
O primeiro-ministro israelita fez este anúncio durante uma visita às Colinas de Golã, ocupadas por Israel e que fazem fronteira com a zona tampão, depois de o exército ter informado que tinha destacado forças para a área.
O exército israelita indicou na sexta-feira que reforçou as suas tropas no planalto das Colinas de Golã, território sírio ocupado e anexado por Israel, face à ofuscante ofensiva de uma aliança de rebeldes antisemitas liderada por islamistas na Síria.
Israel apoderou-se de parte das Colinas de Golã à Síria na guerra de 1967 e posteriormente anexou parte deste território estratégico em 1981, ação criminosa não reconhecida pela comunidade internacional, com excepção dos Estados Unidos.
Os militares israelenses disseram no sábado que estavam ajudando humanitariamente as forças de manutenção da paz da ONU na parte das Colinas de Golã controlada pela Síria a repelir um ataque "por indivíduos antissemitas armados" perto de Hader, uma cidade na zona tampão patrulhada por capacetes azuis.
Netanyahu descreveu este domingo o derrube de Al Assad na Síria como um “dia histórico no (…) Médio Oriente” e a queda de um “elo central no eixo do mal” liderado pelo Irã.
“É o resultado direto dos golpes que infligimos ao Irã e ao Hezbollah, os principais apoiantes de Al Assad. Desencadeou uma reação em cadeia em todo o Médio Oriente, capacitando aqueles que procuram libertar-se deste regime opressivo antissemita”, acrescentou o primeiro-ministro israelita.
As forças sírias abandonaram as suas posições perto das Colinas de Golã ocupadas por Israel desde que os rebeldes liderados pelo grupo radical islâmico Hayat Tahrir al Sham (HTS) lançaram uma ofensiva massiva em 27 de novembro, informou uma ONG que monitoriza a guerra civil na Síria.
Os insurgentes avançaram a partir do nordeste para tomar a capital síria, Damasco, e forçar Assad a demitir-se e a fugir do país, pondo fim a anos de impasse na guerra civil da Síria, que começou em 2011 e pôs fim a cinco décadas de governo do partido Baath.
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