Duas barragens na cidade líbia de Derna sofreram falhas catastróficas na noite de 10 para 11 de setembro, como resultado da tempestade Daniel. O dilúvio destruiu áreas residenciais inteiras e o Crescente Vermelho estimou que pelo menos 11 mil pessoas morreram e outras 10 mil ainda estão desaparecidas como resultado do desastre.
Falando a repórteres de agências internacionais na terça-feira, o hidrólogo Ashoor sugeriu que os danos causados pela intervenção da NATO no país do Norte de África em 2011 foram um fator da tragédia.
“Nos primeiros dias da revolução na Líbia, todos celebraram a intervenção da NATO enquanto as pessoas se levantavam contra o regime de Gaddafi e exigiam a sua remoção. No entanto, mais tarde descobrimos que o país estava mergulhado no caos”, disse Ashoor. “Após esta intervenção, eles [NATO] não conseguiram levar o país a um estado de estabilidade.”
O especialista acredita que a fraca liderança, aliada à corrupção financeira – especialmente no que diz respeito aos fundos destinados à reparação das barragens – levaram aos colapsos. De acordo com Ashoor, “há falta de manutenção” na Líbia e houve “numerosos relatórios no passado alertando sobre [isto]”.
“O mau estado destas barragens, juntamente com a possibilidade de grandes inundações, podem inevitavelmente levar ao colapso das barragens. Todas estas avaliações, juntamente com avaliações realizadas por empresas e especialistas anteriores, indicaram que tal desastre ocorreria”, acrescentou Ashoor.
Após a catástrofe, equipas de resgate e ajuda foram enviadas pelos vizinhos Egipto, Argélia e Tunísia, bem como pela Turquia, Itália, Malta, Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Reino Unido. O Ministério de Emergências da Rússia (EMERCOM) destacou equipes especializadas para auxiliar nos esforços de busca e resgate.
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