segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Contra-ofensiva esta aquém das expectativas da OTAN, mas, ucranianos culpam os aliados mentirosos


A OTAN estava excessivamente otimista sobre a capacidade dos militares ucranianos de recuperar terreno antes de sua contra-ofensiva de primavera (no verão). As autoridades em Kiev começaram a culpar seus apoiadores ocidentais por mentiras e a sua suposta falta de determinação, segundo o the Times.

Em seu artigo escrito por Mark Galeotti, autor de mais de 20 livros sobre a Rússia, o The Times citou um oficial do exército americano envolvido no treinamento de militares ucranianos. “A OTAN esperava milagres, e foi o que os ucranianos os prometeram”, disse ele, acrescentando que “não se pode travar uma guerra baseada no otimismo”.

Outro funcionário dos EUA disse à mídia que “ainda não fechamos o livro sobre 2023, mas estamos aumentando nosso pensamento sobre 2024”.

O relatório afirmou que nem a Rússia nem a Ucrânia podem fazer avanços decisivos nesse momento, com o último agora divulgando a captura de aldeias individuais como um sinal de sucesso.


O autor estima que Kiev tem no máximo dois meses para virar o jogo antes que as chuvas de outono comecem a tornar o terreno intransitável para equipamentos militares pesados em novembro.

Grandes fortificações de defesa, números superiores de soldados e operadores de drones com melhor treinamento e extensos campos minados montados pelas forças russas no sul da Ucrânia estão entre as razões para o baixo desempenho da contra-ofensiva de Kiev, afirmou o relatório.


Neste cenário, as autoridades em Kiev começaram recentemente a criticar a OTAN por não fazer o suficiente, com uma delas descrevendo o bloco militar liderado pelos EUA como “covarde”, segundo o jornal.

Com nenhum dos lados disposto a se comprometer, o conflito provavelmente continuará por muito tempo, concluiu o relatório.

Falando ao Washington Post no início desta semana, o presidente polonês Andrzej Duda, um dos mais ferrenhos apoiadores ocidentais de Kiev, reconheceu que os militares ucranianos “atualmente não são capazes de realizar uma contra-ofensiva muito decisiva contra os militares russos”.


Também nesta semana, a CNN citou autoridades não identificadas dos EUA e de outros países ocidentais, prevendo que era “altamente improvável” que as forças de Kiev fossem capazes de “fazer progressos que mudariam o equilíbrio deste conflito”.

A Ucrânia lançou sua tão esperada contra-ofensiva no início de junho, concentrando seus esforços em vários pontos ao longo da linha de frente de Zaporozhye às regiões de Donetsk.


De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, a operação acabou sendo um fracasso que até agora custou à Ucrânia 45.000 soldados e 4.900 unidades de equipamento militar.

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