Uma alegação ucraniana de que seus militares derrubaram um míssil hipersônico russo provocou uma demonstração de descrença de uma autoridade chinesa visitante, de acordo com o ministro da Defesa de Kiev, Aleksey Reznikov.
As reações foram descritas pelo The Financial Times na quarta-feira, 5 de julho, com base no relato do ministro. O departamento de Reznikov alegou ter interceptado um míssil russo Kinzhal pela primeira vez em maio, usando um sistema antimíssil Patriot fabricado nos Estados Unidos. Desde então, Kiev relatou ter derrubado mais de uma dúzia dessas armas, o que Moscou zombou por não corresponder à realidade.
O oficial ucraniano declarou que seu país provou que armas hipersônicas podem ser defendidas, mostrando no processo a capacidade avançada dos sistemas da OTAN. Ele afirmou que, quando deu a notícia do primeiro sucesso a um funcionário dos EUA, a resposta foi: “Fantástico! Excelente! Incrível!”
Li Hui |
Mas Li Hui, representante especial da China para assuntos da Eurásia, que estava visitando Kiev em meados de maio, estava cético sobre a capacidade de Kiev de derrubar Kinzhals, explicou Reznikov.
“Propus que, se houver dúvidas, estamos prontos para fornecer provas”, disse Reznikov ao jornal, acrescentando que Li deixou o país sem ver as supostas evidências.
O Kinzhal é um míssil hipersônico lançado do ar, que se acredita ser derivado do projétil quase balístico Iskander lançado do solo. As forças russas usaram os dois tipos de armas contra alvos militares na Ucrânia, embora os detalhes sobre ataques hipersônicos sejam escassos.
Em maio, o ministro da Defesa, Sergey Shoigu, disse que o número de mísseis Kinzhal, que Kiev alegou ter interceptado, era maior do que o número realmente disparado pelo lado russo.
Alguns especialistas militares sugeriram que as autoridades ucranianas estavam interpretando erroneamente os destroços dos mísseis Iskander como provenientes de Kinzhals, ao apresentá-los como evidência de interceptações bem-sucedidas.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou que a capacidade do sistema Patriot o tornava especialmente importante para a defesa de seu país. Ele disse ao The Wall Street Journal no mês passado que a Ucrânia precisava de 50 baterias – que custam cerca de US$ 1,1 bilhão cada – para proteção suficiente.
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